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Após 49 dias de greve não há mais escolas paradas totalmente

No segundo dia de greve dos professores, após o retorno das férias na Reme (Rede Municipal de Ensino), já não tem mais escolas totalmente paradas como na Capital, mesmo o sindicato da categoria divulgando que ainda teria uma; outras 55 com aulas parciais e 38 funcionando normalmente. Pelo levantamento da Prefeitura, divulgado nessa terça-feira, 28, das 94 escolas municipais, 59 teria aula normal; e em 35, funcionamento parcial.

Ao todo já são 49 dias de paralisação nas escolas da Reme, a maior greve da história de Campo Grande, o que tem provocado a migração de alunos para a rede estadual de ensino para evitar o comprometimento do ano letivo, especialmente nas turmas do 9º ano do ensino fundamental, que em 2016 têm que iniciar o ensino médio nas escolas do Estado.

No primeiro dia após o retorno às aulas, a ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais daEducação Pública) divulgou que teriam três escolas totalmente paralisadas, hoje o presidente Geraldo Alves Gonçalves informou que somente a Escola Municipal Carlos Vilhalva Cristaldo, localizada no Jardim Aeroporto, estaria sem aulas totalmente. Mas a reportagem apurou que a partir de hoje algumas turmas já teriam retornadas às aulas e o estabelecimento estaria funcionando parcialmente.

Geraldo Gonçalves lembrou que estaria aguardando resposta do secretário municipal de Educação, Marcelo Salomão, sobre a possibilidade de audiência com o prefeito Gilmar Olarte (PP). Para o dirigente sindical, se o prefeito alegava que não teria recurso para pagar o reajuste dos professores, “agora com a suspensão dos contratos com as empresas envolvidas na operação Lama Asfáltica está sobrando dinheiro”, comentou.

O presidente da ACP lembrou que a Prefeitura havia justificado aos professores que o reajuste custaria R$ 4 milhões aos cofres e que não teria esse recurso. “Mas como aceitamos parcelados em 10 vezes, representaria R$ 400 mil mensais. Agora o prefeito tem dinheiro em caixa”, lembrou Geraldo Gonçalves, referindo-se ao fato de a Prefeitura não precisar R$ 7 milhões de obras que não foram executados em contratos com a Proteco.

Os professores cobram do prefeito o cumprimento da Lei Municipal 5.411/2014, que estabelece o reajuste de 13,01% do piso salarial nacional para 20 horas semanais. No primeiro semestre, a paralisação foi suspensa depois de 47 dias.

A nova proposta da prefeitura, que previa reajuste de 8,5% em 10 vezes e condicionava o aumento à redução no gasto com pessoal, foi rejeitada pela categoria, na segunda-feira, 27, em assembleia geral da categoria. Segundo o presidente da entidade, a proposta do município piorou em relação a anterior, porque não prevê a retomada da negociação em outubro para o 4,5% restantes e ainda condiciona o reajuste ao gasto com a folha ficar abaixo do limite prudencial de 51,3% da receita, conforme prevê a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

No início da tarde de hoje, a partir das 14 horas, os professores vão realizar um ato político em frente à Prefeitura. Eles cortam um bolo comemorativo de dois meses de greve, considerando o período de suspensão da greve nas férias. E na quinta-feira, programaram a Virada da Educação, com atividades das 8 horas da manhã até zero hora, na sede da ACP.

Conforme Geraldo Alves, vão acontecer palestras, debates, exibição de filmes e atividades culturais. Se o secretário de educação conseguir convencer o prefeito a enviar nova proposta vamos avaliar em assembleia, comentou ele. A próxima assembleia geral da categoria está marcada para as 14 horas da próxima sexta-feira, no sindicato.

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