Buscar

Briga dentro de escola foi filmada a mando das agressoras, diz polícia

Garota de 15 anos foi espancada em Limeira por outras duas colegas.

(Foto: José Carlos Roque Junior/Acervo pessoal)

A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Limeira (SP) concluiu a investigação sobre a agressão da jovem de 15 anos espancadapor duas estudantes dentro de uma escola estadual da cidade. A delegada Andréa Rachid Arnosti afirmou nesta terça-feira (22) que enviou a documentação à Vara da Infância e da Juventude na quinta-feira (17) e disse que a filmagem da violência foi premeditada pelas agressoras.

De acordo com a delegada, outras três adolescentes de 14 anos que teriam gravado a ação com celular foram ouvidas e uma assumiu que filmou a briga a mando das outras duas jovens, que foram apreendidas e encaminhadas para a Fundação Casa. Uma delas, inclusive, já foi liberada.

A adolescente foi agredida no último dia 9. A garota foi atacada no corredor da Escola Estadual Castelo Branco por duas alunas do mesmo colégio e sofreu ferimentos no rosto, além de ter o cabelo cortado com uma tesoura. Para o pai, a jovem foi vítima da agressão por estar há pouco tempo na escola e ser bonita, o que teria causado inveja.

No dia seguinte à agressão, a Justiça aceitou o pedido do Ministério Público (MP) para a internação das agressoras. A delegada da DDM apurou que a briga foi premeditada devido às ameaças que a jovem vinha recebendo, o que também incluiu uma espécie de acordo para que a agressão fosse gravada para depois ser compartilhada em redes sociais.

Filmagem premeditadaO pai da jovem, o jornalista José Carlos Roque Júnior, em entrevista ao G1 no dia 11 relatou que não tinha dúvidas de que a gravação havia sido premeditada. Minha filha não teve coragem de assistir aos vídeos da agressão, que foram compartilhados na internet e por meio do WhatsApp (aplicativo usado para troca de mensagens via celular). Não foi um apenas, foram vários. Os estudantes estavam em pontos estratégicos e filmaram a agressão da minha filha de vários ângulos, afirmou Roque Júnior.

Entenda o casoA adolescente foi espancada por outras duas jovens, de 14 e 15 anos, dentro da Escola Estadual Castelo Branco, onde estuda, em um corredor no horário de saída para o intervalo.

A violência foi registrada em vídeo por estudantes do colégio, que não apartaram a briga e até incentivaram a confusão.

Com dores na cabeça, a garota passou uma noite na Santa Casa de Limeira e uma tomografia apontou que a adolescente sofreu traumatismo craniano. Por não correr risco de morte, a estudante foi liberada para recuperação em casa.

As agressoras foram apreendidas e encaminhadas à Delegacia de Defesa da Mulher, onde o boletim de ocorrência foi registrado como ato infracional análogo aos crimes de lesão corporal e desacato.

A juíza da Vara da Infância e Juventude de Limeira (SP), Daniela Murata Barrichello, decidiu liberar no dia 14 uma das duas agressoras. As jovens foram levadas à Fundação Casa do bairro Bom Retiro, em São Paulo, no dia 11. A garota liberada é a de 15 anos. A outra, que tem passagens na polícia por crimes semelhantes, segue na unidade.

Resposta da Secretaria da EducaçãoA Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, por meio de nota enviada no dia 9 por assessoria de imprensa, disse que a Diretoria Regional de Ensino repudia qualquer ato de violência e atua em conjunto com as famílias para evitar casos como o que envolveu as alunas.

Uma apuração preliminar foi aberta para averiguar se houve negligência da unidade no socorro à estudante agredida e em relação a uma denúncia do pai, de que a direção sabia do conflito, conforme a nota.

Os pais de todas as estudantes envolvidas já foram convocados para uma reunião na escola, o caso será acompanhado também pelo professor-mediador que atua na unidade e o Conselho Tutelar notificado pela diretoria regional. O Conselho de Escola também se reunirá para definir a punição às agressoras, conforme regimento escolar, informou a pasta.

(Foto: José Carlos Roque Junior/Acervo pessoal)

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.