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Tarifa de energia elétrica sobe 28% em MS a partir de segunda-feira

Além deste aumento, o consumidor também terá de arcar com a bandeira tarifária mais cara

A partir desta segunda-feira (02) a energia para os consumidores da Enersul/Energisa MS estará 27,9% mais cara. O reajuste foi homologado há pouco pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No caso dos consumidores da Elektro, que atende algumas cidade do Estado, o impacto é de 24,2%. 

MAIS AUMENTO

Além deste aumento, o consumidor também terá de arcar com a bandeira tarifária mais cara.

Esse sistema é o responsável por passar mensalmente o custo elevado das usinas térmicas para o consumidor.

Em decisão, também tomada nesta sexta-feira (27), foi aprovado um aumento de 83% sobre o valor vigente para a bandeira vermelha.

Pela regra, o acréscimo mensal passa de R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos.

Esse será o novo valor teto, ou seja, o máximo que pode ser aplicado ao mês e que representa momento de elevado custo para compra de energia em todo setor.

No mês de março, assim como em janeiro e fevereiro, a bandeira aplicada será a vermelha.

Para a bandeira tarifária amarela -quando gastos com usinas térmicas estão fora do padrão, mas não extremamente elevados-, o preço vai passar de R$ 1,50 a cada 100 kWh consumidos para R$ 2,50. Um aumento de 66,7%.

Só não há elevação de preços quando a bandeira for verde, indicando poucos gastos extraordinários no setor, o que deve ocorrer apenas quando forem normalizados os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas.

Confira abaixo a nota da Aneel na íntegra:

A Diretoria da ANEEL deliberou nesta sexta-feira (27) a Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) de 58 concessionárias de distribuição. O efeito médio a ser percebido pelos consumidores, ponderado pela receita das distribuidoras, é de 23,4% e os novos índices valem a partir desta segunda-feira (2/3).

A CEA (AP) não solicitou a revisão. Amazonas Energia (AM), Boa Vista Energia e CERR (RR) não terão RTE por não participarem do rateio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e por terem impacto limitado da compra de energia, pois estão no sistema isolado. A Ampla (RJ) não passou pela RTE, pois seu processo tarifário ocorre em 15 de março, quando todos os efeitos serão considerados.

A metodologia empregada na RTE foi discutida por meio da Audiência Pública 7/2015 e tem por objetivo reposicionar os dois itens em que havia maior distanciamento entre os custos efetivos e a cobertura tarifária: a CDE e os custos com compra de energia.

Com relação à CDE, houve elevação substancial da cota (de R$ 1,7 bilhão em 2014 para R$ 22,06 bilhões em 2015), o que motivou a necessidade de reconhecer a cobertura tarifária compatível com as cotas homologadas.

Itaipu

No que se refere à compra de energia, o efeito mais representativo foi a variação dos custos de Itaipu. A energia dessa usina é alocada na forma de cotas às distribuidoras que atuam nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e representa aproximadamente 20% da compra de energia dessas concessionárias. As tarifas a serem aplicadas por Itaipu em 2015 foram reajustadas em 46%, em dólar (Resolução Homologatória 1.836/2014). O efeito final ainda deve considerar a variação cambial.

O principal motivo para a variação da tarifa de Itaipu foi o cenário hidrológico adverso de 2014.

Em razão das vazões abaixo das médias históricas, as usinas que compõem o Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) geraram 91% de sua garantia física (Gráfico 1). Ocorre que toda a garantia física de Itaipu é alocada às distribuidoras na forma de cotas. Por isso, a geração insuficiente é adquirida por Itaipu ao Preço de Liquidação das Diferenças (PLD). A combinação de geração baixa e PLD elevado (Gráfico 2) gerou um custo que foi absorvido por Itaipu ao longo de 2014 e que deve ser repassado em 2015.

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