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Em Sidrolândia no PA Ernesto Che Guevara plantio de soja orgânica é destaque na mídia nacional

Famílias assentadas em Sidrolândia produzem a leguminosa de maneira sustentável com apoio técnico da Embrapa

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Divulgação

O Destaque dos últimos dias na mídia a nível nacional, é a produção inovadora da soja orgânica feita por famílias do Assentamento Che Guevara, em Sidrolândia (MS)

As famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) começaram o plantio de 100 hectares da leguminosa, eles começaram a semear soja orgânica em um projeto que terá duração de cinco anos.

A ideia é contrapor o agronegócio de commodities que invade o país, em especial a região Centro-Oeste, que teve o maior crescimento na produção de grãos do ano no Brasil – 6,8% em relação ao ano passado, conforme os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Cleiton Valença, membro da direção estadual do MST em Mato Grosso do Sul, destaca as motivações em produzir a soja orgânica: "por que soja orgânica? Porque temos que respeitar a vida, o meio ambiente e trazer benefícios para as famílias [assentadas]". Vale ainda destacar que as famílias assentadas que trabalham na produção agrícola contam com o apoio técnico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Nos últimos anos, o agronegócio se expandiu na grande região Centro-Oeste e o estado do Mato Grosso do Sul é onde ele mais cresceu, ocupando a 5ª maior produção de grãos do país, com crescimento de 6,8% em relação ao ano passado, conforme os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Cultivar soja orgânica em uma região de forte atuação do agronegócio significa ir contra o modelo de produção capitalista, apresentando alternativas para além do transgênico. “Plantar soja orgânica

no estado do Mato Grosso do Sul é fazer o enfrentamento ao agronegócio, e também criar uma alternativa de produção e alimentação de animais. Quando apresentamos a alternativa da soja orgânica, conseguimos dialogar a partir do cuidado com as pessoas, com o meio ambiente, de forma coletiva, preservando nossos espaços”, diz o militante Gaspar Barbosa, do setor de produção do MST.

Plantio é realizado por cooperativa, onde o trabalho e o rendimento são compartilhados

O plantio de soja no assentamento Che Guevara se deu por uma parceria entre as famílias assentadas, que já têm como prática diária a produção de alimentos livres de agrotóxicos. “Plantar em áreas de Reforma Agrária é pensar na renda das famílias, que participam diretamente da produção, e debater a importância da produção orgânica.”

Segundo Gaspar, a produção de soja orgânica do MST no Mato Grosso do Sul encontra um desafio: “é uma experiência no coração do agronegócio, mas é uma forma de enfrentar o inimigo através da agroecologia, através da alimentação livre de agrotóxicos” afirma Gaspar.

A soja orgânica, para além de um modelo alternativo de produção saudável, é também uma forma de geração de renda para as famílias assentadas.

Quando a safra estiver pronta, o grão irá para a comunidade e para a venda no comércio de alimentos orgânicos, bem como para a produção de ovos orgânicos – em que a soja serve de ração saudável para as galinhas criadas sem veneno. Tudo a partir da Cooperativa de Habitação dos Agricultores Familiares (Cooperhaf – MS), onde o trabalho e o rendimento são coletivos.

Como forma alternativa, preservando a terra e cuidando das pessoas é que nasce a proposta de plantar soja orgânica, de forma que faça também o enfrentamento à ideia capitalista e assassina do agronegócio que visa o lucro, prejudica a saúde, desmata e mata!

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Vista aérea do momento do início do plantio de soja orgânica em Sidrolândia no Mato Grosso do Sul por meio da semeadeira, com a presença das famílias dos agricultores familiares do MST (foto: divulgação/MST)

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