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Com ameaça de invasões, produtores temem que governo deixe de pagar por terras

Com o anúncio de que as lideranças indígenas optaram por abandonar a mesa de negociação que busca por fim ao impasse da Reserva Buriti, em Sidrolândia, a classe produtora teme que o governo federal descartar a aquisição das terras como solução para a área.

“Muito provavelmente o governo federal pode descartar a aquisição como solução, uma consequência do abandono de uma das partes. É como diz o ditado popular: quando um não quer, dois não fazem acordo”, considera o assessor jurídico da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Carlo Daniel Coldibelli.

O acordo está próximo de ser firmado. No dia 6 de junho, o Ministério da Justiça precisa responder se acata, ou não, o valor da indenização pedido pelos produtores, conforme cronograma estabelecido entre as partes.

Ontem (14) o presidente da entidade, Eduardo Riedel, esteve em Brasília com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e a presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), senadora Kátia Abreu, para formalizar a entrega do laudo que estabelece os valores.

Conforme o laudo final, elaborado pelo perito judicial Fernando Abrahão, da Real Brasil Consultorias, 15 mil hectares da Buriti foram avaliados em R$ 130,6 milhões – R$ 124,4 das terras e mais R$ 5,6 milhões que os produtores cobram que a União reembolse por danos às benfeitorias durante as invasões.

“Desde que o governo federal resolveu rever a questão, foi firmado o compromisso formal de não se invadir mais propriedades enquanto enquanto as negociações estivessem em curso. No entanto, elas aconteceram, então, não existe contexto favorável para acabar com o problema”, finaliza Coldibelli.

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