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Mentor da morte de Patrícia Acioli é condenado a 36 anos em júri popular

O policial militar Daniel Santos Benitez Lopez, acusado de ser o mentor intelectual e um dos executores do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto de 2011, foi considerado culpado em júri popular, realizado nesta sexta-feira (6), no 3º Tribunal do Júri de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Ele foi condenado a 36 anos de reclusão em regime fechado por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha armada. A juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce também determinou que Daniel perca a função de policial.

A sessão teve início com quase três horas de atraso, e sem a presença do réu. Cerca de meia hora depois, ele entrou na sala. Lopez afirmou que estava sofrendo de problemas cardíacos e foi necessário acionar o Corpo de Bombeiros para realizar os primeiros socorros. Após alguns exames, segundo a Promotoria, nenhuma enfermidade foi constatada, e a juíza determinou o início da sessão.

De acordo com a investigação da DH (Divisão de Homicídios), o mandante do crime foi o tenente-coronel Cláudio Oliveira. Dois PMs teriam sido responsáveis pelos 21 disparos que mataram Patrícia Acioli: o cabo Sérgio Costa Júnior e o tenente Lopez.

Durante o julgamento, Lopez afirmou que todas as provas apresentadas contra ele foram plantadas. Segundo o réu, a denúncia foi construída em cima de uma tentativa desesperada do também acusado Sérgio Costa Júnior, que ajudou os investigadores da Divisão de Homicídios, a elucidar o crime optando pela delação premiada.

Foi uma delação inconsequente e irresponsável do Júnior. (...) Ele se viu desesperado por um crime que ele cometeu de cabeça quente e queria buscar uma diminuição de pena, afirmou Lopez, que caiu em contradição algumas vezes ao responder os questionamentos da juíza Nearis Arce, e do promotor do caso, Leandro Navega.

Já a mulher do tenente-coronel Oliveira, Valéria Alves Melo de Oliveira, disse que o marido estava no melhor momento da carreira, e não teria motivo para ordenar a morte de Patrícia. Que motivo ele teria? Ele não tinha motivo. Ele estava vivendo o melhor momento da carreira e não tinha motivo para fazer uma coisa dessas, afirmou ela. O processo diz que não existe nenhuma prova contra ele.

Valéria informou que Oliveira tinha o sonho de chegar ao cargo de comandante-geral da PM e declarou considerar que a prisão do oficial ocorreu de forma arbitrária e inconstitucional. Para o Ministério Público, entretanto, não há dúvida de que o tenente-coronel deu a ordem para que Patrícia fosse assassinada.

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