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Tropa de choque entra na Ceagesp e controla os atos de vandalismo

Dois pelotões da Tropa de Choque da Polícia Militar do estado de São Paulo, reunindo 120 policiais, entraram pouco depois das 12h30 na Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e controlaram atos de vandalismo, em meio às manifestações de protesto contra a cobrança de estacionamento no local.

Segundo a PM, a polícia só entrou nesse horário porque as cinco viaturas com dez policiais, que estavam nas proximidades, eram insuficientes para a intervenção e necessitavam de reforço da Tropa de Choque. 

O protesto contra a cobrança de estacionamento na Ceagesp, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, causou muito tumulto. Por volta das 10h, manifestantes contrários à cobrança da tarifa atearam fogo a caçambas, guaritas e veículos. De acordo com a assessoria da Ceagesp, quatro pessoas ficaram feridas durante uma troca de tiros entre seguranças do local e manifestantes. Uma delas teve ferimentos por arma de fogo.

Por volta das 12h, os manifestantes colocaram fogo na sede da fiscalização da companhia. Mais cedo, já haviam quebrado cabines, montado barricadas e depredado carros. Os manifestantes continuaram no interior da unidade e usaram pedaços de materiais de construção, que estavam sendo utilizados em uma reforma, para quebrar a sede da administração.

De acordo com a assessoria da Ceagesp, cerca de 200 pessoas participaram do protesto. A empresa dispensou todos os funcionários para garantir a integridade dos trabalhadores. Os cerca de 70 seguranças da Ceagesp também se retiraram do local.

Cerca de 50 mil pessoas circulam diariamente pela Ceagesp. Na sexta-feira, ocorre a Feira das Flores, uma das mais tradicionais. Por causa do protesto,longas filas de veículos se formaram no acesso para o entreposto. 

A Ceagesp começou a cobrar ontem pelo estacionamento de veículos, e a cobrança da tarifa também está valendo para os caminhões que carregam ou descarregam mercadorias. Para carros e utilitários, a primeira hora custa R$ 6. Para motos, o valor da diária é único, de R$ 2. Os caminhoneiros pagam entre R$ 4 e R$ 5 – dependendo da quantidade de eixos do veículo – para descarregar a carga por até quatro horas.

Alguns caminhoneiros, que não quiseram se identificar, disseram que a cobrança é um absurdo porque não foi feita nenhuma melhoria no local. Além disso, segundo eles, não há espaço suficiente para os caminhões. Eles dizem que a única reforma foi a instalação de câmeras de segurança.

A Ceagesp informou que a cobrança do estacionamento é a última etapa de um processo de modernização da unidade. O objetivo é tornar mais rígido o controle do acesso de veículos e pessoas, pois foram registradas denúncias de exploração sexual dentro do entreposto. Segundo a companhia, a área tem 700 mil metros quadrados, por onde circulam diariamente 12 mil veículos por dia.

O órgão nega que a cobrança traga impactos no preço dos alimentos. Um estudo da Ceagesp aponta que o custo do pedágio representaria, em média, um acréscimo de R$ 0,02 nos produtos comercializados.

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