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Antes aliados, PT e PSDB se distanciam cada vez mais de Bernal

Com importante participação no segundo turno das eleições em Campo Grande em 2012, PT e PSDB estão cada vez mais distantes do prefeito Alcides Bernal (PP)

Com importante participação no segundo turno das eleições em Campo Grande em 2012, PT e PSDB estão cada vez mais distantes do prefeito Alcides Bernal (PP), um fenômeno de votos que desbancou o forte esquema eleitoral do PMDB ao derrotar a época o deputado federal Edson Giroto (PMDB), atualmente licenciado do cargo.

Mergulhado numa crise institucional sem precedentes com a Câmara de Vereadores por conta de acusações de irregularidades administrativas, o progressista já perdeu o apoio do PSDB e tenta manter o PT em sua base de apoio.

No campo político, o senador Delcídio do Amaral (PT) e o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) foram peças fundamentais durante o segundo turno, influenciando decisivamente no resultado do pleito mesmo com toda a popularidade de Bernal. No entanto, o clima azedou depois que o progressista se confinou na prefeitura, deixando de lado as questões políticas. 

Por conta disso, o PSDB expulsou um de seus nobres militantes e ameaça novas punições em seus quadros.

Suplente de vereador e atual secretário municipal de Educação, José Chadid foi expulso com votação unânime dos 35 membros que integram o Conselho de Ética do partido sob acusação de infidelidade e descumprimento do estatuto partidário. 

O “alto tucanato” alega que Chadid infringiu o estatuto do partido por aceitar o cargo de secretário Municipal de Educação na Prefeitura sem comunicar ao diretório municipal.

Igualmente tucana, a secretária de Educação, Leila Machado, enfrenta situação semelhante e também corre risco de ser expulsa.

Assim como Chadid, ela não teria consultado os diretórios estadual e municipal da legenda para uma aprovação no ingresso na pasta.

A maior bronca dos tucanos, expressada pelo próprio Reinaldo Azambuja e pelo presidente regional do PSDB, deputado estadual Márcio Monteiro, é que Bernal não procurou o grupo político após o pleito. As nomeações dos dois tucanos para compor o secretariado, segundo eles, fazem parte da cota pessoal do prefeito.

ATAQUES

Além do clima tenso na Câmara de Vereadores por causa da criação de uma Comissão Processante, Bernal enfrenta críticas dos ex-aliados, o que, para analistas, poderá piorar a situação caso não haja acordo em tempo hábil.

“A história é implacável com quem dorme no ponto. Não foi por falta de aviso”, disparou Delcídio, dia desses por meio de sua página no facebook.

Além da Câmara, o problema tem sido destacado também na Assembleia Legislativa. Nesta quinta-feira, por exemplo, o líder do PSDB na Casa, Professor Rinaldo, culpou Bernal pelo isolamento político.

“Ele se isolou e ainda por cima fica jogando para a população que está tudo bem e não está. A cidade está um caos geral”, disparou o tucano, prevendo complicações futuras para o prefeito, para quem pediu votos nas eleições do ano passado, caso Bernal não mude de postura. 

O pior de tudo isso é que tanto PT quanto o PSDB veem dificuldade numa reaproximação com o prefeito visando as eleições do ano que vem, quando estará em jogo a disputa pelo governo de Mato Grosso do Sul, embora o clima possa ser outro até lá dependendo das conversações. 

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