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Câmara reage e Olarte pede desculpas por críticas em vídeo 

Pressionado, prefeito se desculpa em reunião, mas nem todos os vereadores se contentam 

(Foto: Luciano Muta )

As declarações do prefeito Gilmar Olarte (PP) captadas em vídeo gravado por uma professora sem que ele soubesse gerou grande mal estar com a Câmara Municipal de Campo Grande. Ontem, ele recebeu, em reunião,12 vereadores, entre os quais o presidente do Poder Legislativo, Mário César (PMDB) e foi forçado a pedir desculpas. Porém, nem todos os parlamentares se contentaram. Em sessão nesta terça-feira,18 de novembro, houve vereador que pediu que Olarte vá ao Poder Legislativo se retratar publicamente. 

No vídeo gravado, em evento público, no sábado passado, 15 de novembro, o prefeito falou sobre o reajuste dos professores de 8,46% que ele se recusa a conceder da forma que a categoria quer. O prefeito também rejeitou a pressão da Câmara Municipal sobre o assunto. Ele afirma ter dado “golpe de judô” na Casa de Leis e acusa os vereadores de terem sido irresponsáveis na aprovação da lei. “Não é lei de Câmara que aprovou só para fe*** o Bernal, e agora jogou no meu colo. Sem eu ter dinheiro (sic).” A lei a qual se referiu Olarte é a 5.189/2013 aprovada no mandato de Alcides Bernal que definiu a aplicação do piso salarial dos professores da rede municipal neste ano. O prefeito conseguiu suspender a lei através de liminar concedida pelo Tribunal de Justiça, fato que também indignou a Câmara Municipal. 

Mário César usou a tribuna para tratar do ocorrido. “Na época da aprovação do Orçamento e mesmo da lei, o assunto foi exaustivamente debatido nesta casa. Tomamos decisões responsáveis baseadas em estudos técnicos”, afirmou, destacando o reajuste dos professores estava previsto no Orçamento. O presidente da Câmara defende que o prefeito retire a ação judicial que move contra a lei e a cumpra, mesmo porque, segundo ele, o projeto de lei é de autoria da própria prefeitura, que o encaminhou para a Casa de Leis. “É sem sentido, a prefeitura mover uma ação contra ela própria.”

Indignação – A atitude do prefeito indignou os parlamentares que se manifestaram durante o discurso de Mário César. “Esta Casa é de responsabilidade (...) O prefeito foi infeliz ao buscar na Justiça, uma solução que deveria resultar de uma conversa política”, disse Eduardo Romero (PTdoB). 

“Eu não sou do tipo que quanto mais apanha mais gosta. Quero respeito”, bradou o vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB). “Quero que ele venha a público fazer essa retratação”, cobrou Elizeu Dionízio (PSL). A vereadora e vice-governadora eleita, professora Roseane Modesto (PSDB) apelou para que o prefeito cumpra a legislação. “A categoria não merece ser humilhada e desrespeitada”, disse a professora. 

Líder do prefeito na Casa de Leis, o vereador Edil Albuquerque, o prefeito já deu o assunto por encerrado quando pediu desculpas aos vereadores. Além disso, ele move ação contra a lei porque não tem dinheiro para cumprir o reajuste da forma como está estabelecido. O parlamentar acredita que nesta quarta-feira, 19 de novembro, o prefeito deva conversar com a categoria e chegar a um acordo.

“O prefeito nunca disse que não cumpriria o piso, mas tem que levar em conta a situação da prefeitura”, mencionou Edil. A última proposta da prefeitura foi parcelar o reajuste de 8,46% necessário para atingir o piso salarial em sete vezes, o que os professores rejeitaram. A categoria aceita o parcelamento em quatro vezes(outubro a janeiro de 2015). Porém, o prefeito se recusou a debater a proposta porque os professores mantiveram a greve que começou no dia 6 de novembro.

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