Buscar

Em 19 dias, 67 pessoas morreram à espera de um leito hospitalar em Campo Grande

Idade das vítimas variadas entre 35 anos e 105 anos; ontem, 92 pessoas estavam em UPAs aguardando por um leito

Cb image default
Divulgação

Pelo menos 67 pessoas morreram na fila de espera por um leito hospitalar em Campo Grande entre os dias 31 de maio e 18 de junho deste ano. Os dados estão em um relatório da central de governo, que o Correio do Estado teve acesso.

As mortes ocorreram em meio a guerra de decretos de medidas restritivas, e também de números, sobre o avanço da Covid-19 em Campo Grande e em outras 42 cidades, entre o período de 13 de junho e a última quarta-feira (23).

O colapso hospitalar em Campo Grande continua. Nesta quinta-feira (24) havia 92 pessoas na fila por um leito de hospital em Campo Grande. Essas pessoas geradas por uma vaga em camas improvisadas em unidades de pronto atendimento (UPAs) ou centros regionais de saúde (CRSs) da cidade.

O boletim da Covid-19 publicado ontem trazia um porcentual de ocupação hospitalar de 104% em Campo Grande. A macrorregião com maior superlotação: Corumbá tem 100% dos leitos ocupados, Três Lagoas, 97%, e Dourados, que passou por um bloqueio de 15 dias entre o fim de maio e o início deste mês, com 91%.

A lista de mortos ao que o Correio do Estado teve acesso mostra os mortos em UPAs ou CRSs, que estavam regulamentados à espera de um leito. Nem todos como assassinados relatadas Covid-19. Mas várias delas que estavam com a doença quando tiveram parada cardiorrespiratória nas unidades de saúde do município.

A mais jovem das vítimas que morreram nos postos de saúde da Capital à espera de uma vaga em hospital foi um homem de 35 anos, que tinha Covid-19. O óbito ocorreu no dia 5 de junho, às 14h49, na UPA do Jardim Leblon.

IDOSOS

A maioria dos que morreram sem atendimento hospitalar são idosos com idade acima de 70 anos, sendo que a vítima com idade mais avançada, tinha 105 anos.

Uma fonte do setor, que preferiu não revelar sua identidade, diz que uma lista mostra a realidade dura para os idosos, já vacinados, mas que morrem por outras causas em UPAs ou CRSs. Em uma situação de normalidade, sem hospitais lotados com mais jovens, eles lutam pela vida em unidades de tratamento intensivo (UTIs).

O boletim da Covid-19 de ontem de Mato Grosso do Sul informou 39 novos óbitos, sendo que a maioria deles (16), em Campo Grande.

Desde o início da pandemia, o coronavírus já matou 7.914 pessoas em Mato Groso do Sul, 977 neste mês de junho, que só teve menos óbitos que abril (1.395), maio (1.114), março (1.098).

Campo Grande teve 3.244 óbitos até ontem.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.