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Hábito de tomar tereré pesa no bolso do consumidor sul-mato-grossense 

Por enquanto, não há previsão de queda no preço

(Foto: Reprodução TV MS Record)

O preço do quilo da erva mate disparou no mercado e está ficando dificil manter uma tradição do sul-matogrossense. Quem gosta garante: mesmo com o preço alto, vai continuar consumindo, principalmente, para se resfrescar do calor.

Água gelada na guampa e, de mão em mão, o tereré ajuda a refrescar o calor das últimas semanas. A bebida é marca registrada de mato grosso do sul, patrimônio imaterial do Estado. Mas manter esse hábito está custando caro. Os aficionados pelo tereré já perceberam - o preço da erva-mate está nas alturas.

Em uma loja, no bairro Santa Emília, o quilo é vendido, em média, por R$ 12. No começo do ano, custava R$ 6,50. Foram oito reajustes em 2013 - um aumento total de 80 por cento. A dona da loja conta que tem tido dificuldade para encontrar fornecedores da erva.

“Meu marido procurou parcerias no Paraná, no Paraguai”, diz a comerciante, Cláudia Gonçalves.

Cláudia não teve saída. Repassou o aumento para o consumidor, que acaba pagando por um desequilíbrio de mercado que surge lá no campo, nas lavouras de erva-mate. Os preços pagos aos produtores têm desestimulado a atividade.

“Basicamete você vem com preço muito baixo de 2012, chegou a se pagar R$ 15 pela arroba e isso levou a desistimulo, ele troucou esses ervais por outras culturas, nesse momento temos um mercado demandando a oferta é pequena e o preço basicamente mais que dobrou nesse periodo”, diz o analista de mercado, João Pedro Cuti Dias.

Essa variação, segundo o analista, é comum em setores pouco organizados e que não podem compensar eventuais perdas com a exportação.

O impacto nas vendas da erva só não foi maior porque o tereré faz parte da cultura de Mato Grosso do Sul, do campo-grandense, que não abre mão do hábito. A comerciante Elizandra Elichesse, sentiu que o preço aumentou.

“Eu percebi que está caro, mas mesmo com preço aumentandonão dá para deixar de tomar, por causa do calor e por causa do vício”, diz Elizandra.

Por enquanto, não há previsão de queda no preço, mas a tendência é que o mercado volte a se ajustar.

“O que vai acontecer nos estados do sul, que são pequenos produtores, ele vai plantar mais e vai refletir no aumento de produção para o próximo ano e possivelmente haja uma oferta maior”, diz João Pedro.

Até lá, o jeito é continuar apostando na fidelidade da clientela.

“A procura é grande, eles veem que subiu mas não deixam de comprar”, finaliza Cláudia.

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