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Mãe de bebê de 2 meses que morreu no corredor do hospital, alega negligência

“Ao invés de correrem atrás de um médico para meu filho eles foram atrás da polícia", desabafou Evelyn

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Mãe e filho no corredor do hospital. (Foto: Divulgação/ Folha MS)

Ravy Luiz de Arruda Aldama, de apenas dois meses, morreu na última segunda-feira (25), enquanto aguardava atendimento no corredor do pronto-socorro de Corumbá (MS). Familiares do pequeno alegam negligência por parte da equipe médica de plantão.

Familiares agora buscam por justiça e levaram o caso ao Ministério Público, pedindo que a negligência médica seja apurada, conforme publicou o site local, Folha MS.

Segundo relatos da mãe do bebê, Evelyn Arruda, no dia da morte, por volta das 18h, Ravy estava na cama com o irmão assistindo desenho, quando ela percebeu que a criança começou a ficar roxa. Momento em que ela sai com o filho nos braços pedindo ajuda.

Vizinhos teriam encaminhado os dois até o quartel do Corpo de Bombeiros, que fica mais próximo da casa onde moram no bairro Padre Ernesto Sassida.

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Em uma rede social, a mãe, pede por justiça. (Foto: Rede Social/ Facebook)

No local, os militares realizaram os primeiros atendimentos ao bebê procedendo com a reanimação e encaminhamento em urgência para o pronto-socorro de Corumbá.

Apesar do estado delicado em que o bebê chegou na unidade, Evelyn descreveu que o filho não teve o atendimento médico imediato, e sem uma avaliação mais precisa, foi colocado em uma maca no corredor, apenas com um cilindro de oxigênio disposto em uma máscara inapropriada por se tratar de equipamento de um adulto que não se encaixava no rosto da criança.

Evelyn contou ainda que tentaram retirá-la do local e chegaram acionar a polícia para garantir a saída dela e dos familiares que suplicavam para que a criança fosse atendida.

“Ao invés de correrem atrás de um médico para meu filho eles foram atrás da polícia para nos tirar dali”, contou.

A mãe lembra ainda que, a todo momento gritava para os enfermeiros para que dessem atenção ao seu filho. A resposta que recebeu foi de que já haviam solicitado uma vaga na pediatria, ignorando a situação de emergência que o caso pedia.

Histórico médico - A mãe do Ravy relatou que o filho apresentava uma tosse, chegou a passar por consulta, onde o médico informou que havia uma machinha no pulmão da criança. No entanto, nada preocupante, e estava sendo medicado.

Atestado de óbito - Outro ponto questionado pela família do pequeno Ravy é a causa da morte apontada no atestado de óbito, que teria sido assinado por um profissional médico que não estava no local no momento dos fatos, e que, segundo a família teria sido baseada em relatos de terceiros.

Eles contestam o fato do documento sugerir que a morte tenha ocorrido em decorrência de problemas cardiorrespiratório relacionado a uma suposta cardiopatia congênita.

“Meu marido passou a manhã toda no hospital tentando pegar o atestado de óbito, ninguém queria assinar, ninguém queria se responsabilizar pela morte do meu filho. Quando o laudo saiu alegaram que ele teve uma parada respiratória por causa de um problema cardíaco. Quando ele nasceu fizemos exames em uma clinica particular e o resultado é de que meu filho tinha o coração normal, o médico que assinou nem estava lá no momento, sequer atenderam meu filho para dizer que ele morreu por um problema que os exames já tinham confirmado que ele não tinha”, ressaltou a mãe.

Ministério Público - A família acionou a justiça para apurar sobre o atendimento prestado no dia da morte. O pai de Ravy, e outras testemunhas já foram ouvidas. A mãe da criança busca forças para prestar depoimento sobre o dia horrível em que perdeu seu filho.

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