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"Parece que foi esquecido", diz viúva de motorista de aplicativo em protesto

Colegas de Rafael Baron fizeram carreata nesta manhã contra liberdade do homem que o matou a tiros

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Foto: Henrique Kawaminami

Em meio a protesto feito no fim da manhã desta quarta-feira (23) no Centro de Campo Grande por motoristas de aplicativo, uma mulher de 25 anos tinha o testemunho mais triste de todos a dar. Karinne Pereira Baron, 25 anos, usava camiseta estampada com o rosto do marido, Rafael Baron, 24 anos, assassinado em maio deste ano. Junto com cerca de 60 colegas de trabalho o marido falecido, participou de ato para pedir justiça, e principalmente, questionar o motivo de o assassino confesso, Igor César de Lima Oliveira, 22 anos, estar em regime semiaberto.

“Foi um choque descobrir a progressão de pena”, definiu. Ela contou ter passado mal ao ser informada. De acordo com ela, um amigo viu Rafael na rua, ligou para um conhecido advogado e houve a confirmação de que o rapaz estava em regime semiaberto e não preso. Ele já cumpria pena no semiaberto por roubo a mão armada

“Ficamos desesperados, ainda é algo muito recente e triste para a família, ainda nem nos recuperamos”, disse Karinne. “Ainda estamos tentando viver novamente, nos reconstruir”, resumiu. Para ela, o fato de o assassino não estar preso “mostra que a justiça está sendo falha em deixar um homem desse solto”.

“É como se o que passou tivesse sido esquecido”, declarou. Ela tem um filho, de pouco mais de um ano com Rafael.

Há 2 anos na atividade, Sérgio Arnaldo Barbosa, 47 anos, afirma haver “sentimento de insegurança total”. Enumera uma série de cuidados adotados, como evitar o trabalho nas madrugadas, mas diz ser insuficiente, dado os casos de roubos e outros tipos de violência contra colegas.

“A gente trabalha no escuro, não sabe quem está colocando no nosso carro”, corrobora Marcos Nunes, de 30 anos, há pouco mais de 1 ano atuando como motorista de aplicativo.

Para Janderson Nantes, de 25 anos, falta, também, que as empresas criem mais mecanismos de proteção aos parceiros. Para ele, um dos grandes problemas é o embarque de terceiros. “É o grande desafio”, afirma.

A carreata começou nos altos da Afonso Pena, em uma das pistas, a do meio, sob acompanhamento da Polícia Militar. Os veículos fizeram o trajeto até a Rua Padre João Crippa, passaram pela Barão do Rio Branco e chegaram até a Rua da Paz, onde fica o Fórum da cidade.

O motivo de Rafael ainda estar solto não foi esclarecido. 

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