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Polícia apura negligência em caso de menino de 3 anos que morreu em condomínio

Criança procurava uma pipa quando se afogou no sumidouro

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Criança foi encontrada morta (Foto: Leonardo de França, Midiamax)

Está em investigação a morte de José Felipe Ferreira, de 3 anos, encontrado na manhã de sábado (16) em um sumidouro, espécie de tanque instalado no condomínio em que vivia, no Aero Rancho. A Polícia Civil apura as circunstâncias do caso e se houve negligência por parte dos pais ou também dos responsáveis pelo condomínio.

De acordo com a delegada Fernanda Mendes, titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), o caso é inicialmente tratado como homicídio culposo, quando não há intenção. A autoridade policial destacou que afogamento é a segunda maior causa de mortalidade no Brasil, entre crianças e adolescentes.

Foi feito exame necroscópico na criança, confirmando o afogamento como a causa da morte. Outros moradores do condomínio, além dos pais e a síndica serão ouvidos, para apurar se houve a negligência. A delegada pontuou que é responsabilidade dos pais de cuidar dos filhos, dando atenção máxima a cada segundo, sendo os genitores os “garantidores da segurança”.

A princípio, a mãe estaria cuidando do outro filho, que tem necessidades especiais, quando José Felipe desapareceu. A criança sumiu no fim da tarde de sexta-feira (15) e o corpo foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros na manhã seguinte. O tanque onde o menino caiu fica ao lado de um espaço onde as crianças brincam e a informação é de que o portão estava aberto.

Síndica do condomínio relatou problemas

“O condomínio está uma bagunça atualmente, com 61% de inadimplência de uma taxa mensal de R$ 75. Eu coloquei em discussão se os moradores preferiam ter um vigia noturno ou porteiro e eles preferiram porteiro, só que a maioria não coloca o condomínio em dia e não tem como contratar. A taxa ficaria em R$ 100, mas a pauta foi reprovada em dezembro e muitos só ficam em grupos de WhatsApp incitando o ódio”, argumentou.

Atuante como síndica desde outubro de 2021, a mulher de 43 anos também fala que os pais não aceitaram as regras estabelecidas sobre o parquinho. “Eu pedi pra colocar placas de informação nos 14 blocos, dizendo que crianças precisam estar acompanhadas dos pais a todo momento, nas áreas comuns, nos blocos, só que ninguém respeita. As placas foram impressas, só que tem mais de 2 mil moradores aqui e, quando não gostam, ficam fazendo ameaças. Estou inclusive separando os prints, áudios e vou ter que ir na delegacia”, lamentou.

Recentemente, ela contou que um morador disse que colocaria cadeado no portão às 22h. “Aqui a maioria faz o que quer, estoura cadeado, coloca cadeado e tá difícil controlar. Esse episódio do menino não foi o primeiro. Em setembro do ano passado, se eu não me engano, um motorista embriagado atropelou uma criança, da mesma idade dessa vítima de agora. Eu fui na Agetran [Agência Estadual de Transporte e Trânsito] e solicitei um quebra-molas. Penso em fazer gestão, mas, todo mundo deveria ajudar”, ponderou.

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