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Blindado na Lama Asfáltica, André tenta escapar de nova ação do MPF

Ex-governador nutre esperança em enfrentar Reinaldo Azambuja em 2018

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Divulgação

Blindado na Operação Lama Asfáltica, que chegou a prender seu ex-secretário de Obras, o ex-deputado federal Edson Giroto (PR), e o empreiteiro João Amorim sob acusação de desvio de dinheiro público, o ex-governador André Puccinelli (PMDB) tenta escapar de nova ação do MPF (Ministério Público Federal) para não perder espaço político em Mato Grosso do Sul.

Afinal, o principal expoente do PMDB no Estado ainda nutre esperança de enfrentar o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), em pré-campanha à reeleição, nas eleições de 2018.

André Puccinelli chegou a ser levado à Polícia Federal para prestar depoimento. No entanto, o ex-governador não teve seu nome incluindo na ação.Há dias, o ex-governador teve R$ 2,5 milhões bloqueados por determinação do desembargador federal Marcelo Saraiva, da quarta turma do TRF-3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região.

No total, o desembargador mandou bloquear R$ 2.544.409,49, das contas dele que corre o risco de ficar inelegível caso seja condenado por improbidade administrativa.

A restrição atende recurso do MPF, que move ação civil pública de improbidade administrativa contra o ex-governador.

Em 2012, o ex-governador teria convocado servidores comissionados e, durante reunião, coagido os subordinados a votarem em determinados candidatos sob pena de exoneração. A denúncia veio a público em matéria do portal de notícias Midiamax.

O episódio foi gravado e as imagens levadas até o MPF. Puccinelli aparece chamando os comissionados nominalmente e perguntando a eles em quem votariam. O ex-governador deixava a entender que Edson Giroto (então candidato a prefeito de Campo Grande, apoiado pelo PMDB) era o escolhido para ser votado.

Apesar de estar operando para reverter o cenário desfavorável, o peemedebista continua articulando sua candidatura nos bastidores. Ele tem se reunido com prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e dirigentes políticos na tentativa de pavimentar o caminho de volta ao Parque dos Poderes, de onde sai com a imagem arranhada por ter deixado dívidas de monta e um cemitério de obras inacabadas, incluindo o emblemático Aquário do Pantanal, que se tornou um verdadeiro elefante branco, com custos que podem ultrapassar a casa dos R$ 200 milhões.

Anunciada em 2011 como obra emblemática para atrair turistas a Mato Grosso do Sul, a construção do aquário, em Campo Grande, vai continuar parada, mesmo após ter consumido cerca de R$ 200 milhões.

A Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos prorrogou por mais 120 dias, a contar de 1º de fevereiro de 2017, a paralisação do contrato com a empreiteira Egelte Engenharia. A decisão foi publicada no último dia 8 no Diário Oficial do Estado.

Quando foi lançada, a construção, considerada a menina dos olhos do ex-governador, estava estimada em R$ 84 milhões.

Ainda assim, André Puccinelli trabalha na expectativa de que o atual governo não seja bem-sucedido até o fim do mandato de Reinaldo Azambuja, o qual ainda sente na pele a manobra feita pelo seu principal adversário, que ao sair do Parque dos Poderes aumentou o duodécimo dos poderes, além de outras ações para deixá-lo engessado.

Além das acusações que pesam contra sim, André Puccinelli também perdeu espaços políticos, já que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Júnior Mochi (PMDB), bandeou para o lado tucano e deve ser um importante desfalque da campanha do partido, ano que vem.

Esse compromisso foi selado como recompensa ao apoio de Reinaldo Azambuja à reeleição de Mochi na direção da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. 

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