Publicado em 23/08/2017 às 16:22, Atualizado em 23/08/2017 às 17:59

Campeão em viagens ao exterior, Dagoberto deve ser cobrado por passagens judicialmente

Deputado é investigado no escândalo da 'farra das passagens aéreas'

Diana Christie,
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Divulgação

Campeão em viagens ao exterior, o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) pode ser cobrado judicialmente por uso de passagens aéreas pagas com dinheiro público para passeios e interesses particulares. As informações são do portal Congresso em Foco, que denunciou a ‘farra das passagens’ há oito anos.

Primeiro suplente da Mesa da Câmara Federal, Dagoberto realizou 23 viagens ao exterior no período investigado, entre 2007 e 2009. No total, ele gastou R$ 99 mil com 107 bilhetes aéreos. Assim como ele, mais 557 políticos estão na mira do Ministério Público, que pretende recuperar cerca de R$ 500 milhões usados na compra de passagens.

De acordo com a procuradora Sara Moreira Leite, que assumiu o inquérito civil, 76 mil bilhetes aéreos foram usados irregularmente. Desses, 1.606 eram para o exterior. O Ministério Público deve agora atualizar os valores, excluir eventuais políticos falecidos e começar a abrir ações na Justiça. O objetivo é ressarcir os cofres públicos e tornar esses políticos em ficha-sujas.

Na semana retrasada, Sara Moreira já ajuizou ações criminais por peculato contra 72 políticos da lista na 12ª Vara Federal de Brasília. No entanto, segundo o Congresso em Foco, o político que estiver na relação e fizer a devolução nos próximos 30 dias, quando as ações vão começar a ser ajuizadas, pode evitar a ‘dor de cabeça’ de responder no Judiciário.

Outro lado

Em nota enviada ao Congresso em Foco, Dagoberto Nogueira negou as irregularidades. Confira abaixo:

“Dagoberto não usou indevidamente a cota parlamentar . O deputado Dagoberto Nogueira (PDT) nunca utilizou a cota parlamentar para adquirir passagens aéreas com fins particulares. Tal ação já foi analisada e julgada pelo Ministério Público que não encontrou nada de ilícito e procedeu com o devido arquivamento do processo. Por conta de uma perseguição política, algumas escalas de voos foram contabilizadas enquanto passagens completas. Na época, o deputado era candidato ao Senado e seu desempenho gerou represálias no seu mandato parlamentar na Câmara dos deputados.

Durante seu primeiro mandato (2007-2011), Dagoberto decidiu concorrer ao Senado assim como seu colega parlamentar e primeiro secretário da Câmara, o atual senador Waldemir Moka. Em uma primeira denúncia da “farra das passagens”, Moka teve seu nome citado. Depois disso, a “contabilidade criativa” à frente da primeira Secretaria acabou transferindo os desvios para Dagoberto. A estratégia vexatória era registrar as conexões aéreas em voos para Campo Grande (MS) como viagens extras

Estas viagens não existiram. Na época o deputado apresentou os fatos e fez sua defesa a todos, inclusiva ao Congresso em Foco, mas não obteve êxito. O ministério Público foi acionado e já se posicionou neste caso. Dagoberto não causou nenhum prejuízo ao erário. Dagoberto não utilizou indevidamente a cota parlamentar. Mesmo assim, a perseguição política continua a rondar seu nome.