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Eduardo Cunha e Henrique Alves viram réus por corrupção na Caixa

Uma vez no cargo, sua função era informar Cunha, Funaro e Margoto quais empresas receberiam aportes dos fundos da Caixa

O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara do Distrito Federal, aceitou nesta quarta-feira denúncia do Ministério Público Federal contra os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) por corrupção, lavagem de dinheiro, prevaricação e violação de sigilo funcional em aportes do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), administrado pela Caixa Econômica Federal, em empresas.

A denúncia havia sido apresentada inicialmente pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas como Eduardo Cunha e Henrique Alves já não possuem foro privilegiado, o Supremo remeteu o processo à primeira instância da Justiça Federal em outubro.

Esta é a terceira ação penal aberta contra Cunha, que é réu em dois processos na Lava Jato e está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba há uma semana. Henrique Alves era ministro do Turismo do governo Michel Temer, mas deixou o cargo em junho, após ser citado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

O lobista Lúcio Bolonha Funaro, apontado nas investigações como operador financeiro de Cunha, seu sócio Alexandre Margoto e o ex-presidente da Caixa e ex-conselheiro do FI-FGTS Fábio Cleto, que firmou acordo de delação premiada, também viraram réus. A Operação Sépsis, deflagrada pela Polícia Federal em julho, prendeu Funaro, Margotto e Cleto.

No despacho em que aceita a acusação oferecida pela PGR e ratificada pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal, o magistrado afirma que “a denúncia está jurídica e perfeitamente íntegra e merece ser recebida”. Na denúncia, os procuradores afirmam que Cleto foi indicado à vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias da Caixa por Eduardo Cunha e Henrique Alves.

Uma vez no cargo, sua função era informar Cunha, Funaro e Margoto quais empresas receberiam aportes dos fundos da Caixa. Segundo o MPF, cabia ao ex-deputado e os dois operadores financeiros “fazerem contatos com os investidores em especial de Fundos na Caixa Econômica Federal para cobrança de ‘propinas’, que eram distribuídas a maior parte para Eduardo Cunha e em menor proporção para Lúcio Bolonha, Alexandre Margoto e Fábio Cleto, havendo também recebimento de dinheiro ilícito por Henrique Eduardo Alves”.

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