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Taxa de desemprego sobe nos últimos três meses, segundo IBGE

Até maio deste ano a taxa chegou a 8,1%. A desocupação aumentou por uma procura intensa de trabalho, sem geração proporcional de vaga.

(Foto: g1)

Mais de oito milhões de pessoas estão desempregadas em todo o país e o ritmo de demissões cresceu nos últimos meses. É o que revelou a Pnad, a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio, divulgada nesta quinta-feira (9) pelo IBGE.

Dilma nunca imaginou que pudesse ser mandada embora, depois de 20 anos na mesma empresa. Ela é formada em administração, com pós-graduação e várias especializações na área de recursos humanos, mas o currículo qualificado não foi garantia de emprego.

Em janeiro, aos 53 anos, veio a demissão. Fui dispensada por conta dessa crise toda. A empresa que eu trabalhava fez a dispensa e de janeiro pra cá eu venho tentando me inserir no mercado, conta.

De lá pra cá foram seis entrevistas de emprego e sempre a mesma resposta. A vaga não existe mais, que não vão mais contratar, diz. O plano B é ser corretora de imóveis. Ela fez curso pra isso, mas até agora nada.

“A desaleração da economia está impactando cada vez mais no mercado de trabalho. As pessoas estão ficando desempregadas, não conseguem encontrar um emprego e as empresas não conseguem contratar”, comenta Rodrigo Leandro de Moura, economista/FGV.

De março e maio do ano passado, a taxa estava em 7%. No mesmo período deste ano, saltou pra 8,1%, o que representa 1,3 milhão de novos desempregados.

A pesquisa também mostra que a população ocupada continua estável: 92,1 milhões. E que muita gente que perdeu o emprego está trabalhando por conta própria ou virou empregador. “Ao perderem seus empregos, elas precisam se virar, arrumar um bico ou começar a ter um empreendimento”, avalia o economista.

Para os economistas o momento é difícil, mas há perspectivas de que melhore. “Se a economia começar a crescer no final de 2016, então pode ser que em 2017 o desemprego volte a cair lentamente”, comenta Moura.

Os setores que mais demitiram nesse trimestre analisado pelo IBGE:

AgriculturaPecuáriaConstrução civilAdministração pública

A indústria automobilística está demitindo, mas o setor aparece como estável na pesquisa, porque já vinha demitindo deste antes, então o ritmo de demissões não se alterou nessa pesquisa trimestral.

O número de pessoas desempregadas que estão tentando sobreviver como autônomos, por conta própria, cresceu 4,4%, o que representa 934 mil pessoas.

O número de carteiras assinadas caiu 1,9%.  Ou seja, mais de 700 mil pessoas ficaram sem registro na carteira de trabalho.

Já o salário médio do brasileiro se manteve estável em relação ao mesmo período o ano passado. Entre março e maio de 2014 era de R$ 1.870, agora ficou em R$ 1.863.

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