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Árbitro reclama de racismo e bananas jogadas em carro no RS

O árbitro Márcio Chagas da Silva relatou ter sido alvo de racismo no último domingo, durante a partida entre Esportivo e Veranópolis, no Estádio Montanha dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. O juiz acusou a torcida anfitriã de tê-lo ofendido com termos preconceituosos e de ter danificado o carro com bananas. A partida terminou com vitória por 3 a 2 a favor do Esportivo.

Infelizmente, mais um fato lamentável. Eu já passei em anos anteriores por isso. Foi na entrada do jogo que a torcida começou a me chamar de macaco, imundo, escória. Eu chamei a polícia e disse que se não parasse, iria relatar em súmula, afirmou Chagas.

Terminado o jogo, o árbitro notou que o carro estava sujo com bananas, inclusive no cano do escapamento. O veículo estava estacionado em um local protegido dentro do estádio próximo ao vestiário da arbitragem.

O carro fica em um lugar privativo, fechado, com cadeado, quase na porta do vestiário da arbitragem. Alguns atletas que estavam no refeitório do estádio viram e se solidarizaram. Falaram que é uma atitude comum dos torcedores do Esportivo, contou o árbitro.

Vou fazer agora à tarde um Boletim de Ocorrência. Ontem não fiz porque estava abalado, mas a polícia orientou que poderia fazer nesta tarde em Porto Alegre, explicou o juiz, que entregará súmula relatando as ofensas e com fotos do carro retratando as avarias e as bananas.

Chagas avisou que vai avaliar junto ao sindicato dos árbitros e a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) para decidir se entra com danos morais contra o Esportivo. Esta foi a terceira vez em que o juiz é vítima de racismo.

Em 2005, em Caxias do Sul, pela Copa Federação Gaúcha de Futebol, o árbitro foi ofendido em partida entre Caxias e Encantado. O treinador do Encantado teria o chamado de macaco imundo. Em 2006, o goleiro do Cruzeiro-RS também teria o ofendido de forma racista. Houve punição da FGF para ambos os agressores.

Diretor executivo do Esportivo, Bruno Noventa lamentou a situação. Para o Esportivo foi uma surpresa, pelas condições de segurança do estádio. O Esportivo é contra qualquer tipo de ato de racismo. Temos que averiguar direito, porque no lugar do carro do Márcio, só a arbitragem tem acesso. O cadeado é entregue à arbitragem, que fica com a chave do portão, disse.

(O caso) Causa estranheza, porque ninguém leva banana ao estádio. Falou com o Márcio e que o clube não tem motivos para reclamar da arbitragem dele. Não há câmeras de segurança no local, completou o dirigente.

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