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Cuidem bem dele, diz suposta carta escrita por mãe de Bernardo; leia

Carta foi divulgada por advogado da mãe de Odilaine, morta em 2010.

Alvo de contestação por parte da família materna de Bernardo Boldrini, o suicídio da mãe do garoto, ocorrido em 2010, foi anunciado em uma suposta carta, escrita a mão por ela, um dia antes de morrer. Segundo o inquérito da polícia, ela foi ao consultório do pai do menino, Leandro Boldrini, e se matou com um tiro na boca no dia 10 de fevereiro daquele ano. 

No texto de despedida, Odilaine Uglione relata a construção e a destruição de uma família e diz que prefere partir a ver meu filho nas mãos de outras mulheres, meu amor em outros braços”.

A carta foi divulgada pelo advogado da avó materna do menino, que diz ainda ter dúvidas se o texto foi escrito de fato por Odilaine.

A carta inicia com a mulher dizendo estar “lúcida e consciente” dos seus atos e que pretende explicar os motivos pelos quais tomou a decisão do suicídio. A mãe de Bernardo conta que cresceu sem pai, falecido, e que sua mãe tem doenças cardíacas graves que podem matá-la. “Não tenho irmãos, sou sozinha”, lamenta. Na sequência, a mulher destaca sua vida ao lado de Leandro e a aquisição dos bens ao longo do casamento.

“Leandro, tu destruiu minha família, meus sonhos, minha vida. O que é uma pessoa sem família? Peço que cuide bem do nosso filho. Estarei sempre ao lado dele”, escreve a mãe de Bernardo. Antes de finalizar a carta, Odilaine reforça: “Amo minha mãe sobretudo. Amo a Clarissa e sua família. Cuidem bem do Bê!!

(Foto: Divulgação)

Advogado quer reabertura de inquéritoO advogado da avó materna de Bernardo, Marlon Taborda, protocolou na quarta-feira (7) um pedido requerendo a reabertura da investigação policial que em 2010 apontou para o suicídio de Odilaine Uglione. Taborda quer que as provas técnicas do inquérito arquivado sejam novamente analisadas.

Para o advogado, o dado mais relevante que pode provocar a reabertura da investigação seria a identificação de resquícios de pólvora na mão esquerda. “Ela não era canhota, era destra. Isso já possibilita uma nova leitura do caso. Não queremos criar teoria da conspiração, mas o caso tem que ser melhor investigado, disse

A possibilidade de um pedido de reabertura do inquérito já vem sendo ventilada pela defesa da avó de Bernardo, Jussara Uglione, de 74 anos, desde abril. Logo após o corpo do menino ser achado, em 14 de abril, provocando a prisão de Leandro Boldrini, da madrasta dele, Graciele Ugulini e da assistente social Edelvania Wirganovicz, Jussara afirmou em entrevistas que a mãe de Bernardo, não teria coragem e perfil para se matar.

De acordo com o inquérito da polícia, Odilaine cometeu suicídio com um tiro na boca dentro do consultório do pai de Bernardo, no dia 10 de fevereiro de 2010. No documento, consta que ela comprou um revólver calibre 38 pouco antes de ir à clinica. Além disso, também há o registro de um bilhete em que a secretária do médico, Andressa Wagner, entregaria ao patrão, alertando sobre a chegada de Odilaine.

O processo conta com depoimentos de testemunhas que estavam na sala de espera no dia da morte e com documentos referentes a uma possível divisão da pensão a ser paga após o processo de separação do casal.

Bernardo Boldrini foi encontrado morto no dia 14 de abril, enterrado em um matagal em Frederico Westphalen, no noroeste gaúcho, a cerca de 80 km de Três Passos, onde morava com o pai, a madrasta Graciele Ugulini e a meia-irmã. Ele estava desaparecido desde 4 de abril. Leandro, Graciele e a assistente social Edelvania Wirganovicz, amiga da mulher, estão presos temporariamente por suspeita de envolvimento.

EntendaConforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.

No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.

O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada, relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.

O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. Na segunda-feira (14), o corpo do garoto foi localizado. De acordo com a delegada responsável pela investigação, o menino foi morto por uma injeção letal, o que ainda precisa ser confirmado por perícia. A delegada diz que a polícia tem certeza do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumiço do menino, mas resta esclarecer como se deu a participação de cada um.

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