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Líder da oposição venezuelana quer diálogo com governo

aracas — O líder opositor venezuelano Henrique Capriles admitiu neste domingo que está sendo discutido com o governo a possibilidade de fazer um debate público sobre onda de protestos que afeta o país há mais de um mês, e contabiliza 28 mortos até o momento.

A possibilidade de um debate está em discussão neste momento, disse Capriles, ao ser questionado pelo canal privado Televen sobre um eventual contato com o governo de Nicolás Maduro.

Na próximas horas teremos uma decisão, o país merece este debate, disse Capriles, que é governador do estado de Miranda.

Tomara que consigamos realizar um debate com este governo, que o país possa ver, em rede nacional, a verdade confrontando a mentira, escreveu o opositor em sua conta Twitter algumas horas após conceder a entrevista.

Por causa dos protestos, o governo venezuelano iniciou jornadas para um diálogo nacional que surtiram efeito em vários setores, menos nos estudantes opositores e na coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), da qual Capriles faz parte.

Capriles e outros líderes da oposição se negaram a participar do diálogo nacional enquanto o governo se referir a eles como fascistas ou golpistas e continue a repressão aos protestos.

O diálogo não é um show de televisão. Mas acredito que seria um erro não abrir espaço para dizermos as coisas isso tem muito mais valor, a oportunidade de que o país veja um debate de ideias, disse Capriles.

O governador, que perdeu as eleições presidenciais de abril de 2013 para Maduro por uma margem de 1,5 pontos, reiterou que está aberto a um diálogo sem insultos.

No sábado, Maduro, que rejeita que os opositores imponham condições para estabelecer um diálogo, reiterou seu convite ao diálogo com os estudantes opositores e pediu que o MUD não aceite participar destas jornadas.

Desde 4 de fevereiro a Venezuela vive uma onda de manifestações contra a insegurança, a inflação de 56% anual, a escassez de produtos básicos, a repressão dos corpos policiais e a detenção de ativistas. Todos os dias ocorrem protestos, bloqueios de ruas e confrontos entre forças de ordem e manifestantes radicais.

Segundo dados na procuradoria geral, os protestos deixaram 28 mortos e cerca de 400 feridos, mais de 100 detidos e 41 investigações por violação dos direitos Humanos por parte das forças policiais.

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