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Professora de Sidrolândia não pensou duas vezes e doou rim para salvar a vida do filho

Mãe e filho comemoram o sucesso da cirurgia e incentivam a doação de órgãos

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Eliene e Renie ao lado da enfermeira Karen Leguiça. (Foto: Assessoria Santa Casa)

Não existe limite quando o assunto é ter a vida de um filho nas mãos. Por isso, a professora Eliene de Carvalho Pereira, de 49 anos, não pensou duas vezes em doar seu rim para o filho, professor de Educação Física Renie Franchesco Pereira de Oliveira, de 32 anos, após teste positivo de compatibilidade.

O transplante ocorreu na Santa Casa de Campo Grande no dia 26 de outubro. Mãe e filho já tiveram alta e se recuperam em casa. Ela em Sidrolândia, ele em Campo Grande.

Com a voz tomada pela emoção, Eliene diz que seu coração está radiante. "Quero ver meu filho feliz e saudável. Se falassem que eu poderia fazer uma cirurgia de novo, eu faria sem dúvidas".

A necessidade do transplante surgiu em 2019, após diagnóstico de atrofia em um dos rins. Os primeiros sintomas foram dores. O diagnóstico inicial apontava para uma infecção e dengue, mas por precaução, ele resolveu procurar outra opinião e descobriu a alteração da função renal.

O exame mostrava que um de seus rins estava atrofiado e outro com apenas 5% do funcionamento. Renie passou a fazer acompanhamento médico especializado e tratamento através de diálise peritoneal.

Com o estágio avançado da doença, logo ele foi inserido na lista de espera por transplante, uma realidade muito difícil para os pacientes renais crônicos, que na sua maioria, dependem da doação de órgãos.

“Eu me considero muito abençoado, meu diagnóstico não fechava por eu não sentir os sintomas comuns de outros pacientes renais. Além disso, tive duas pessoas que foram muito compatíveis comigo, uma delas era a minha mãe, minha grande mãe”, descreveu Renie.

Mãe e tio de Renie fizeram teste de compatibilidade, mas Eliene diz que nunca teve dúvida de que ela faria a cirurgia. “Eu sempre soube que tudo daria certo, eu tinha muita confiança na cirurgia e muita fé na equipe. Recebi como alívio para minha dor no momento. Quando chegou o resultado de compatibilidade, eu gritei, chorei e pulei feito louca, quem me conhece sabe o quanto foi importante esse momento pra mim”, enfatizou.

Agora, a expectativa de Renie é retomar sua vida e lecionar. Ele também atribui o sucesso da cirurgia à equipe do hospital. “Quero tocar minha vida novamente e voltar a dar aulas, tenho muitos objetivos. O hospital foi muito importante nessa fase da vida, agradeço a Deus e aos profissionais daqui que nos carregam no colo, são muito simpáticas e amorosas”, disse o paciente em entrevista à Santa Casa.

Além disso, mãe e filho incentivam o transplante, especialmente intervivo. "Foi muito tranquilo, eu não tive dores, eu não tive medo e, se pudesse, faria de novo. Estou muito feliz em voltar para casa e saber que meu filho também está se recuperando", finaliza.

Para ser um doador – O transplante com doador falecido, maior demanda neste processo, só acontece por meio da autorização da família, respeitando a vontade do paciente em vida e levando em consideração seus atos na sociedade. Não é necessário deixar registrado em documento a intenção em ser doador de órgãos e tecidos, basta apenas comunicar a família. No caso de doação vivo, o médico especialista deve ser procurado e questionado sobre os critérios necessários.

A Santa Casa de Campo Grande sedia a Organização de Procura de Órgãos (OPO), responsável pelo acompanhamento do processo de doação de órgãos e tecidos no Estado de Mato Grosso do Sul e pode ser acionada 24h para esclarecimento de dúvidas, através dos telefones (67) 3322-4314 ou (67) 98472-5158.

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