Buscar

Polícia conclui inquérito e indicia PRF por homicídio doloso

Ricardo alega legítima defesa, mas foi indiciado pelo homicídio doloso e por duas tentativas de homicídio, pelos outros ocupantes da caminhonete

Cb image default

Luciano Muta

A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o caso do policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, de 46 anos, que matou Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, após uma suposta discussão no trânsito, na Avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande. Ricardo alega legítima defesa, mas foi indiciado pelo homicídio doloso e por duas tentativas de homicídio, pelos outros ocupantes da caminhonete. 

Foram ouvidas 15 testemunhas em 20 oitivas sobre o caso. De acordo com a delegada Daniela Kades, há provas para o indiciamento do policial. Ainda, de acordo com ela, não houve favorecimento para ele. "Ele foi detido e conduzido para a delegacia. Não houve a necessidade de colocar algemas", afirma a delegada. 

Sobre um possível buraco no trajeto antes do crime, que teria sido o motivo da 'fechada' no veículo do autor, a polícia após investigação verificou que não há buracos. 

Há diversas versões sobre o caso, que a polícia não revelou, mas de acordo com as informações, o policial afirma ter sido fechado. "Houve uma abordagem, momento em que ele liga para o Ciops pedindo reforço e afirmando para que os policiais militares comparecessem com etilômetro, pois a suspeita era que o condutor da Hilux estaria embriagado", conta a delegada. 

"Ele disse que se sentiu ameaçado", afirma Daniela sobre o motivo dos disparos. A conduta do policial ainda será apurada por um sindicância que já foi aberta. "A conduta dele não cabe a nós apurar", termina Kades. 

O crime aconteceu por volta das 5h40 da manhã do dia 31 de dezembro do ano passado. O policial seguia pela Avenida Ernesto Geisel conduzindo um veículo Pajero Mitsubishi quando foi “fechado” no trânsito por uma caminhonete Hillux. Segundo o delegado, João Eduardo Santana Davanço, o policial rodoviário afirma que por duas vezes a caminhonete quase colidiu com o veículo dele. 

“Ele percebeu que havia sinais de embriaguez e resolveu descer do carro para realizar uma abordagem, mas os indivíduos não acataram a ordem e discutiram com o policial. 

Na sequencia, o condutor da caminhonete partiu para cima dele, na tentativa de atropelá-lo, foi quando o policial efetuou disparos (...) Ele diz ter agido instintivamente como forma de defesa”, disse o delegado, reproduzindo o versão do policial. 

Os disparos mataram o empresário Adriano Correia do Nascimento, que dirigia a Hillux e um sobrinho dele, que foi ferido na perna e encaminhado para a Santa Casa. No local do crime, a perícia coletou sete capsulas deflagradas de pistola ponto 40. 

“Diante disso, decidimos autuar em flagrante. Ele ficará preso, por enquanto, em uma cela do Garras, à disposição da Justiça”, mencionou o delegado. 

O policial rodoviário foi submetido ao teste do bafômetro que deu negativo. Ele estava seguindo para o trabalho.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.