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MS lidera casos de violência contra povos indígenas, diz relatório do Cimi

De 51 casos, 25 índios foram assassinados, segundo relatório.No estado, há 96 terras indígenas para serem regularizadas.

(Foto: Reprodução/TV Morena)

Mato Grosso do Sul continua na liderança quando o assunto é violência contra indígenas. Segundo o relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – dados de 2015, divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) nesta quinta-feira (15), foram registrados 51 casos de violência, sendo 25 assassinatos de índios.

O Ministério da Justiça informou ao G1 que está realizando o levantamento sobre os dados do relatório do Cimi.

Um dos casos que chamou atenção foi o assassinato do guarani e kaiowá Simeão Vilhalva, em agosto de 2015. A morte ocorreu depois que um grupo de fazendeiros foram até a fazenda ocupada na região de Antônio João entraram em confronto contra a comunidade indígena de Ñhanderu Marangatu.

O decreto de homologação desta área foi assinado há mais de dez anos, mas ela ainda permanece sob a posse de não índios. Essa área está entre as quatro terras indígenas homologadas: Arroio Corá (Paranhos); Sete Cerros (Coronel Sapucaia); Takwarity/Ivykwarusu (Paranhos).

O relatório ainda aponta 12 tentativas de homicídios, cinco casos de lesões corporais, ameaças, violência sexual, racismo e abuso de poder.

Além disso, o levantamento apontou a violência causada por omissão do poder público. No estado, foram quatro casos de desassistência na área da saúde, um de educação escolar e oito de situações gerais.

Em relação à mortalidade infantil, foram registradas 46 mortes em aldeias indígenas sul-mato-grossenses.

Guerra no campoSegundo o Cimi, há 96 terras indígenas não foram regularizadas por omissão ou morosidade do poder público. Do total, 68 não têm nenhuma providência, 10 aguardam identificação, seis já foram identificadas, oito foram declaradas indígenas e quatro homologadas.

Em outras 10 áreas, tiveram conflitos entre indígenas e produtores rurais em 2015. Os piores confrontos foram em Caarapó e em Antônio João. Em duas regiões houve invasões e exploração ilegal de recursos naturais.

VEJA O RELATÓRIO COMPLETO DO CIMI.

(Foto: Leo Veras/Arquivo Pessoal)

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