Publicado em 24/11/2021 às 15:27, Atualizado em 24/11/2021 às 19:33

EUA: Depois de 72 anos, juíza inocenta 4 negros acusados de estupro

As informações são da BBC News.

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Parentes dos quatro homens se reúnem em monumento em homenagem aos Quatro de Groveland, revelado em 2019

Joe Burbank/Orlando Sentinel via AP

Em janeiro de 2019, Charles Greenlee, Walter Irvin, Samuel Shepherd e Ernest Thomas receberam o perdão do Estado da Flórida, nos Estados Unidos, depois de serem condenados injustamente a 72 anos de prisão pelo rapto e estupro de uma garota branca. Infelizmente nenhum dos quatro estava vivo para ouvir a decisão proferida. As informações são da BBC News.

Eles tinham entre 16 e 26 anos quando foram acusados. Ernest foi alvo de uma caçada humana por um grupo de quatro homens. Os outros três foram espancados na delegacia antes de serem levados a júri, composto apenas por homens brancos.

Samuel Shepherd foi morto a tiros pelo xerife enquanto era conduzido ao local do julgamento. Walter Irvin foi condenado à prisão perpétua, com liberdade condicional. Foi morto, em 1969, ao ser solto.

Charles Greenlee recebeu a mesma condenação que Irvin e morreu em 2012.

Baseado nas evidências recolhidas no crime, a Promotoria solicitou que a juíza Heidi Davis absolvesse os quatro acusados. “Seguimos as evidências para ver aonde elas nos levaram, e elas nos levaram a este momento”, disse procurador estadual Bill Gladson.

Ao receber a notícia, os familiares ficaram emocionados. “Somos abençoados. Espero que isso seja um começo porque muitas pessoas não tiveram essa oportunidade. Muitas famílias não tiveram essa oportunidade”, disse Aaron Newson, sobrinho de Ernest Thomas.

“Se você sabe que algo está certo, lute por isso. Seja persistente”, afirmou Carol Greenlee, filha de Charles Greenlee.

A história desses quatro homens condenados injustamente foi contada no livro “Devil in the Grove” (Diabo no Bosque), que ganhou o prêmio Pulitzer em 2013.