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Presa, ativista filipina sai apenas para enterrar a filha de 3 meses

Durante meses, Reina Mae pediu autorização para seguir a gravidez, depois para o parto, e depois para cuidar da bebê doente; só saiu para o velório

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Foto: Eloisa Lopez / Reuters

A cena causou revolta nas Filipinas na última sexta-feira (16). Algemada, coberta com roupa de proteção dos pés à cabeça e usando luvas, a ativista Reina Mae Nasino pediu para segurar a filha River antes de enterrá-la. A bebê se foi com apenas três meses de vida e a mãe não foi autorizada pelos guardas para abraçá-la, mesmo com os pedidos insistentes da família e manifestantes.

Fortemente armados e também paramentados para evitar o coronavírus, os guardas cercaram Reina Mae o tempo todo. "Nos negaram a chance de ficar juntas, nunca consegui ouvir sua risada" disse ela, aos prantos, diante do pequeno caixão branco da filha.

A ativista, que faz parte do Kadamay, um grupo que combate a desigualdade nas filipinas, foi presa em novembro do ano passado, ainda no início da gravidez. Ela e dois companheiros foram acusados de posse ilegal de armas, mas eles alegam que foram presos em uma campanha do governo do presidente Rodrigo Duterte contra movimentos de esquerda.

Em abril, Reina Mae pediu à suprema corte do país para aguardar seu julgamento em casa, estava nos últimos meses da gravidez e temia por sua saúde por conta da pandemia de covid-19, mas foi recusada.

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Foto: Eloisa Lopez / Reuters

O parto aconteceu em julho, mas a bebê River não ficou com a mãe. Em agosto, ela foi entregue à avó, mas estava com a saúde frágil. No mês passado, ela ficou doente e foi internada. Reina Mãe pediu para sair da prisão para cuidar da filha, mas novamente não foi atendida.

Apesar de muitos protestos, a bebê morreu sem praticamente ter ficado com a mãe. Reina finalmente conseguiu autorização da Justiça para acompanhar o velório e o enterro de River

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