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Avô que ficou com guarda de bebê queimada pelo padrasto: “Quero ela feliz e saudável”

O patriarca ainda não decidiu o que vai acontecer com a mãe da criança, que é adolescente e está num abrigo do Conselho Tutelar

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Criança era queimada pelo padrasto e pela mãe Arquivo Pessoal

Após resgatar a neta dos maus-tratos do padrasto e ter a filha ameaçada de morte, o avô da bebê de 1 ano e 10 meses encontrada com queimaduras e hematomas quer dar nova oportunidade para a criança. O homem de 54 anos ficou com a guarda da garotinha após intervenção do Conselho Tutelar de Santa Maria Sul.

“Agora ela está brincando e sorrindo, como deve ser. É isso que quero, que ela seja feliz e saudável”, resumiu o avô, que trabalha como pedreiro e ajudante de obras. A mãe da bebê, uma adolescente de 17 anos, recebeu ameaças de morte de vizinhos devido às agressões praticadas contra a criança e está temporariamente em um abrigo do Conselho Tutelar.

Para o avô, o melhor é que a filha também fique longe da garotinha, já que a jovem teria sido conivente com os maus-tratos. “A única família que ela [a adolescente] tem sou eu e meu irmão, a decisão [sobre a guarda] cabe a mim, já que ela é sustentada por mim”, explicou o pedreiro. Ele planeja enviar a adolescente ao Pará, para ficar junto da mãe dela.

“Como pai, quero que ela não esteja mais com esse homem aí [o autor dos maus-tratos], nem com a menina, mas vamos ver o que fazer, já que a minha filha está grávida”, ponderou. A sorte da bebê mudou depois que ela foi levada ao Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), na última segunda-feira (20/9).

A equipe de serviço social da unidade de saúde chamou o Conselho após ver estado da criança, que apresentava hematomas e marcas de queimaduras pelo corpo. Além disso, o olho da bebê estava com coágulos. Os principais suspeitos de cometerem as agressões são o padrasto da menina, de 24 anos, e a mãe, que seria conivente.

O caso é investigado também pela 20ª Delegacia de Polícia (Gama Oeste). Aos agentes os pais afirmaram que as marcas da criança eram de picadas de formigas e quedas. “Não estou nem vendo televisão mais, já é horrível viver tudo isso, não preciso ver. Estou pronto pra dar tudo o que a bebê precise, como avô vou dar todo o apoio”, disse o pedreiro.

Na tarde dessa quinta-feira, a criança foi acompanhada pela família e pelo conselho tutelar a mais uma consulta. “Hoje a pediatra falou que a criança não reclama mais de dores e está com a saúde estável”, informou o conselheiro tutelar Ronaldo Vieira.

A 20ª DP confirmou o registro da ocorrência como lesão corporal e Lei Maria da Penha. Por envolver crianças, violência doméstica e adolescentes, os detalhes da ocorrência não foram divulgados. O Conselho Tutelar também vai seguir com as apurações sobre o caso.

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