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Homem que se identifica como um dos agressores do congolês diz que eles “não foram pra matar”

O funcionário do quiosque garante que as imagens da câmera de segurança irão mostrar o que realmente aconteceu. Ele é outro acusado de participação nas sessões de espancamento foram presos.

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O homem conta que não foram agredir ele na intenção de matar o jovem . Foto: Divulgação

Um funcionário do quiosque da orla da Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, que se identificou como Helison Cristiano, confessou ter participado do espancamento e morte do jovem congolês, Moïse Kabamgabe, 24 anos, que ocorreu nesta última segunda-feira (24).

A vítima foi agredida até a morte por cinco homens, levando golpes de madeira e taco de beisebol, com ajuda de áudios gravados, o homem conta uma outra versão do ocorrido e garante que as câmeras de segurança vão ajudar a confirmar tudo, ele nega também que Moïse estivesse cobrando salários que estavam atrasados.

"Sou um dos envolvidos no caso do congolês na Barra da Tijuca. Ninguém quis tirar a vida de ninguém", iniciou o funcionário no áudio. "Eu fiquei pra dormir no trabalho e tinha um cara 'doidão' de cerveja e drogas, causando terror. Estava arrumando o quiosque para fechar e ele tentou meter a mão numa cerveja e eu não deixei. Ele foi para o quiosque do lado, só que era de um senhor de idade. Aí a gente desceu para a areia e, quando ele voltou, tentou pegar a bolsa do 'coroa'. Em seguida, pegou uma cadeira para dar na cabeça do 'coroa' e fomos para cima", conta.

Em sequência, um dos agressores confirmou que ele junto de duas pessoas, entre elas um segurança, iniciaram as agressões contra Moïse para defender o idoso. Ele ainda nega a participação de outras pessoas, ou policiais militares, durante a ação. O homem ainda conta que não foram agredir ele na intenção de matar o jovem.

O funcionário do quiosque, ainda disse ter tentando se entregar duas vezes para à polícia, porém teve medo de sofrer represálias, por isso recuou. Nesta terça-feira (01), as informações preliminares apontaram que ele foi para a 34ª DP em Bangu, para se entregar e que seria encaminhado para à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), quem é responsável pelas investigações. O dono do Quiosque Tropicália também é aguardado para depor ainda nesta terça-feira.

O Instituto Médico Legal (IML), divulgou o laudo e aponta que a causa da morte foi traumatismo do tórax, com uma contusão pulmonar e também contém vestígios de broncoaspiração de sangue. Os documentos também mostram lesões que foram concentradas nas costas e no tórax aberto, com os órgãos dentro.

A DHC já analisou as imagens das câmeras instaladas no local, testemunhas serão ouvidas e os agentes continuam levantando as informações visando o esclarecimento do caso, identificando e prendendo os autores do crime. A Polícia informou que as investigações continuaram em sigilo.

Outra prisão - no início da noite dessa terça-feira, outro acusado de ter participado das torturas ao congolês também foi preso pela polícia. Ele foi identificado inicialmente como Fábio.

O advogado responsável pela família de Moïse Kabamgabe, Rodrigo Mondego, disse não estar sabendo dos áudios de confissão do suposto agressor. 

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