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Idoso escravizava casal em fazenda às margens do rio Paraguai

Três foram presos em flagrante, sendo o criminoso e seus dois filhos, no município de Corumbá

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Divulgação - pc

Idoso de 63 anos, proprietário de uma fazenda às margens do rio Paraguai, juntamente com seus dois filhos, foram presos em flagrante por escravizarem um casal de trabalhadores, com idades de 38 e 23 anos, no município de Corumbá.

De acordo com a Seção de Investigações Gerais (SIG) da Polícia Civil, as prisões ocorreram após receberem denúncia sobre a situação. Em entrevista, as vítimas relataram que trabalham no rancho há pouco mais de dois meses, sendo que o contrato por empreita, pelo valor de R$ 60,00 por hectare de terra roçada. Apesar de estarem trabalhando no local durante o considerável período, ambos afirmaram à equipe jamais terem recebido qualquer valor em pagamento pelo trabalho realizado.

Além de não terem recebido pelo trabalho prestado, o casal já estaria com uma dívida de mais de R$ 2.000,00 junto a seu patrão, pela alimentação fornecida pelo carrasco.

Situação desumana

Conforme divulgação da Polícia Civil, acerca das condições de habitação no local, as vítimas relataram que, no primeiro mês que ficaram lá, dormiam dentro do chiqueiro dos porcos, um local feito de apenas algumas tábuas de madeira, sem paredes ou piso, vulnerável à chuvas, vento, frio, sol e entrada de animais.

A equipe verificou, ainda, que não havia água encanada ou sistema de filtragem, sendo que o casal bebe água diretamente do rio. No local, não há banheiro, vaso sanitário ou chuveiro, sendo as necessidades feitas no mato ou em uma bacia improvisada. O banho é feito com água do rio trazida em uma bacia. Sobre a alimentação, foi relatado que os filhos do casal levam comida, mas que a mesma é cobrada.

Pela ausência de barco para transporte no local, as vítimas relataram que dependem totalmente dos patrões para levarem comida, mas que os mesmos nem sempre fornecem o alimento necessário e, por este motivo, dependem, muitas vezes, de doações dos vizinhos para se alimentarem. Sobre o transporte para a cidade, foi relatado que, apesar de seus patrões possuírem barco, raramente o transporte para a cidade é disponibilizado, e com isso a locomoção é restringida.

As vítimas ainda afirmaram que as carteiras de trabalho de ambos jamais foram assinadas e que o homem de 63 anos possui um patrimônio de mais de 1.000 cabeças de gado.

A equipe realizou inspeções pelo local, sendo comprovadas as condições precárias de habitação e trabalho, ficando configuradas as condições de trabalho como situação análoga à escravidão. 

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