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Madrasta conta à polícia que morte de Bernardo foi acidental

A madrasta disse ter dado remédios para acalmar o garoto, que estava agitado

Presa por suspeita de envolvimento na morte de Bernardo Boldrini, 11, a madrasta do menino, Graciele Ugolini, afirmou em depoimento nesta quarta-feira (30) que a morte ocorreu de forma acidental.

Segundo a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, a madrasta disse ter dado remédios para acalmar o garoto, que estava agitado. Em seguida, viu que ele não apresentava reações.

A polícia não informou qual remédio a madrasta deu ao Bernardo –também não forneceu outros detalhes do depoimento.

É a primeira vez que a versão da madrasta de Bernardo sobre o crime é divulgada. Até então, a defesa afirmava que ela não havia comentado o caso.

Graciele prestou depoimento pela manhã na Penitenciária Modulada de Ijuí, onde está presa.

Na ocasião, ela também isentou o marido Leandro Boldrini, pai do garoto, de envolvimento na morte de Bernardo. A informação foi dada pelo advogado Vanderlei Pompeo de Mattos ao jornal Zero Hora.

Ela isentou o esposo. Explicou para mim, depois, que ele não tem nada a ver com a situação, disse o advogado da enfermeira na entrevista ao Zero Hora, após sair da penitenciária em Ijuí. Ela foi fazer negócios em Frederico [Westphalen], não tinha o propósito macabro, vamos dizer assim, afirmou.

A Folha tentou ligar para Vanderlei Pompeo de Mattos, mas não conseguiu contato na tarde desta quarta-feira (30).

O corpo de Bernardo foi localizado numa cova rasa em um matagal em Frederico Westphalen (a 447 de Porto Alegre e a 80 km de Três Passos, cidade onde ele morava). Além da madrasta, o pai dele e a assistente social Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, estão presos sob suspeita de participação no crime.

Boldrini e a assistente social foram transferidos na madrugada desta quarta-feira para outros presídios do Rio Grande do Sul. A medida foi determinada pela Justiça por motivos de segurança.

O Tribunal de Justiça do RS informou que Graciele Ugolini também deverá ser transferida, mas ainda não há informações sobre a data.

O crime

Segundo a polícia, a assistente social indicou onde estava o corpo do menino, que estava desaparecido desde o dia 4 de abril. No mesmo dia, ele tinha saído com a madrasta de Três Passos até Frederico Westphalen.

De acordo com Demetryus Grapiglia, advogado da assistente social, Edelvânia nega participação no crime, mas admite ter ajudado a ocultar o corpo.

Uma das suspeitas em investigação é que o garoto tenha morrido pela aplicação de uma injeção letal. Já a defesa de Edelvânia defende que a morte não foi planejada e ocorreu por uma superdosagem de remédios dados pela madrasta, que queria fazer o garoto dormir.

Na terça-feira (28), o resultado de uma perícia apontou a presença do sedativo Midazolam no corpo de Bernardo. A polícia ainda não sabe, porém, qual quantidade foi encontrada e se foi esta a causa da morte. Novos laudos deverão ser divulgados nos próximos dias.

A defesa de Boldrini nega envolvimento do pai com a morte de Bernardo.

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