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Mãe diz que sabia de estupro das filhas e que deixou marido voltar por medo

A mãe das quatro meninas, de 12 a 17 anos, estupradas pelo próprio pai, um homem de 39 anos preso no dia 29 de outubro no Bairro Universitário, confessou para a polícia que sabia dos abusos e que deixou o marido voltar a morar com a família por medo. A mulher afirmou que era agredida pelo companheiro e por isso ficava calada.

De acordo com a delegada Daniella Kades, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), após a prisão do companheiro a mulher foi localizada e ouvida. Na data da prisão, a delegada contou à imprensa que a mãe das meninas chegou a flagrar o crime, mas “saia para deixar ele mais à vontade”.

Para a polícia, a auxiliar de serviços gerais de 35 anos, contou que desde 2012 quando uma das filhas procurou ajuda pela primeira vez, ela já sabia dos abusos. A mãe contou que não denunciou o marido por medo, já que era agredia e ameaçada por ele.

Por dois anos, a família permaneceu longe do suspeito, mas em 2015 o suspeito voltou a morar com as filhas com a autorização da mulher, que explicou o ato com o mesmo sentimento: medo.

O suspeito não tem registro de violência de doméstica em seu nome, já que segundo a própria companheira, nunca foi denunciado. Mas possuía passagens na polícia por estupro a uma ex-namorada em Aquidauana, por lesão corporal seguida de morte, quando chegou a ficar preso por matar um homem a facadas no Jardim Noroeste, além de furtos e receptação.

Agora, a auxiliar de serviços gerais também responderá em liberdade por estupro de vulnerável. O caso dos filhos do casal foi encaminhado para o Conselho Tutelar.

Lembre o caso

No dia 30 de dezembro de 2012, a filha mais velha do suspeito, que na época tinha 17 anos, procurou a delegacia para relatar que o pai abusava sexualmente dela e das outras três irmãs, de 15, 13 e 12 anos. O inquérito para investigar o caso foi instaurado em 2013.

Em depoimento, a adolescente contou que o estupro iniciava aos 10 anos e que a violência acontecia quase todos os dias. As vítimas passaram por exames de corpo de detido, onde ficou comprovada a conjunção carnal nas três mais velhas. Ainda assim a criança de 12 anos, como as irmãs, apresentava DST (Doença Sexualmente Transmissível), possivelmente transmitida pelo pai.

Depois de denúncias sobre a volta do homem para a convivência familiar, investigadores da Depca foram até o local, confirmaram a informação “Ele e a mulher têm uma filha de 6 anos, como na época foi relatado que os abusos iniciavam aos 10 anos, pedimos a prisão preventiva dele para evitar que essa criança seja abusada e também para resguardar as outras vítimas”, explicou Kades.

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