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Rapaz que atirou para matar ex já está em poder da polícia

No ataque, amigo da vítima morreu logo depois de atingido com tiro no peito; ela está em estado gravíssimo

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Reprodução / Facebook

Karolina da Silva Pereira, 22, baleada na cabeça pelo ex-namorado, ontem (domingo, 30), em Campo Grande, segue internada em estado gravíssimo. O amigo dela, um colega de trabalho, ao tentar defendê-la, morreu com um tiro no peito.

Ex-namorado da vítima, entregou-se à polícia. Antes, ele mandou mensagens de áudio por WhatsApp à mãe de Karolina, em que confessou o crime.

Alguns parentes e amigos disseram que médicos que cuidam de Karolina teriam anunciado o apavorante protocolo de morte encefálica da vítima, informação ainda não confirmada oficialmente pela Santa Casa de Campo Grande.

Karolina foi atacada pelo ex, Messias Cordeiro da Silva, 25, que antes matou o colega dela a tiros, Luan Roberto de Oliveira, de 24 anos.

O rapaz, depois do crime, fugiu e entregou-se à polícia na noite de domingo.

A tragédia ocorreu no Jardim Colibri, em Campo Grande, em frente à casa da jovem.

DINÂMICA DO CRIME

Karolina tinha rompido o relacionamento de oito meses havia duas semanas, mas o parceiro não aceitava. O colega Luan, que trabalhava com a jovem numa empresa de aplicativo delivery, a acompanhou até a casa dela. Eles pilotavam motocicletas. Assim que desceram foram atacados.

Na emboscada, Karolina foi atingida primeiro com um tiro no pescoço. O amigo dela tentou defender a vítima e foi baleado no peito com tiro disparado de um revólver de calibre 38. Morreu no local.

A jovem, mesmo ferida, saiu correndo, mas levou um tiro na cabeça e caiu. Messias Cordeiro, fugiu do local, montou em sua motocicleta que havia estacionado perto dali e foi para a casa de parentes.

Tais informações foram divulgadas na manhã desta segunda-feira pela chefe da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a delegada Elaine Benicasa.

Ainda de acordo com a delegada, Messias entregou-se no domingo à noite, junto com o advogado, ao perceber que não tinha mais como escapar. O criminoso confesso escondeu-se na casa do pai, numa chácara, perto de Campo Grande.

Élio Rocha da Silva, pai do atirador, também foi encarcerado porque guardava em casa uma arma sem registro.

A polícia informou ainda que o pai de Messias já cumpriu pena por matar a ex-mulher na década de 1990.

COM RAIVA

Em depoimento à polícia, Messias disse ter ficado enfurecido ao ver a ex beijar o colega ao descerem da motocicleta. Ele aguardava Karolina escondido próximo a uma árvore.

Messias, o réu confesso, depois de já ter matado Luan e baleado a ex, mandou mensagens à mãe da vítima e teve a petulância de perguntar como "Karolina estava", deixando a entender que questionava sobre a gravidade provocada pelo tiro.

O rapaz seguiu falando: disse que o "mesmo fim" que havia dado nela [Karolina] "eu vou dar em mim", ou seja, teria insinuado que ia se matar.

No entanto, no depoimento à polícia, Messias disse que "tentou" o suicídio, mas "não conseguiu". a arma "não funcionou".

O matador continuou com os disparates e acusou a mãe da vítima por ela ter supostamente influído nas atitudes da filha, que teria "mentido, enganado e traído" ele.

Por fim, Messias deu esse recado pelo áudio: "... senhora segue a vida do jeito que quiser, porque a vida dela [Karolina] você não vai conseguir viver. E a gente se encontra lá do outro lado".

Messias, segundo a chefe da Deam será incriminado por homicídio qualificado por motivo fútil, emboscada e, diante do estado de saúde de Karolina, por tentativa de feminicídio. Se condenado, o rapaz, com anos de sobra, pode pegar pena máxima, a de 30 anos.

O pai, mãe, uma tia e um primo do assassino confesso também deve ser incluído em inquérito por ter ajudado o rapaz a se esconder.

MORTE ENCEFÁLICA

Um parente de Karolina e colegas delas, foram quem comentaram, por meio das redes sociais sobre o eventual protocolo de morte encefálica que teria sido anunciado por médicos que cuidam da jovem.

O Correio do Estado tentou, por meio da assessoria de imprensa, confirmar, ou não, o anúncio do protocolo, mas até a publicação deste material, não tinha obtido retorno. Assim que houver o manifesto, esta reportagem será atualizada.

Extraoficialmente, contudo, dois servidores do hospital confiaram a morte encefálica, mas não autorizaram o nome deles neste material.

Morte encefálica pode ser definida como a perda completa e irreversível das funções do encéfalo, uma parte da cabeça que comanda todas as atividades do organismo.

Encéfalo é uma região do sistema nervoso central e está situado dentro do crânio.

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