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Sem pagar fiança de R$ 50 mil, colombiano que matou no trânsito vai para presídio

Defesa informou que vai entrar com pedido para redução do valor; solicitação será analisada

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Carlos foi preso na MS-080 horas após o acidente - (Arquivo, Midiamax)

Carlos Hugo Naranjo Álvares, de 32 anos, preso pelo acidente que matou Matheus Frota, de 27 anos, em 28 de fevereiro, deve permanecer detido nos próximos dias. Ele teve a prisão convertida em liberdade provisória nesta quinta-feira (3), caso pagasse fiança de R$ 50 mil, mas a família não conseguiu levantar o valor e a defesa quer pedir a redução.

Conforme a advogada Valda Nóbrega, a família ainda tentou fazer uma vaquinha para conseguir levantar o valor e garantir a liberdade do colombiano. No entanto, eles alegaram que conseguiriam apenas R$ 15 mil. Com isso, a defesa vai tentar a redução do valor da fiança e Carlos permanece preso. Antes detido em cela da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, ele foi encaminhado ao presídio.

O pedido deve ser feito ainda na sexta-feira (4) e pode ser decidido até a próxima semana. Até lá, Carlos Hugo continua detido. Caso consiga redução do valor e pague a fiança, o colombiano ganha liberdade com monitoramento eletrônico, com uso de tornozeleira. Ele também deve entregar o passaporte.

O advogado Renan Nóbrega, que também atua na defesa de Carlos, disse que o visto do colombiano não estaria vencido e que só teve acesso na manhã desta quinta-feira (3), já que todos os documentos estavam com a esposa. Nóbrega ainda afirmou que o visto de Carlos está com validade até setembro de 2023.

O MPMS (Ministério Público Estadual) pediu a conversão do flagrante em prisão preventiva. Nos documentos juntados e apresentados pela acusação, estava o visto com validade vencida em 2021. O pedido do MP alega o risco de Carlos fugir, pela conduta do autuado, que negou socorro às vítimas quando poderia fazê-lo, indicando que, em liberdade, ele poderá colocar em risco a ordem pública.

Ainda segundo o Ministério Público: “O excesso de velocidade em que trafegava na área urbana, como pode ser observado dos depoimentos colhidos, evidencia que o autuado não tem preocupação com a vida alheia. Da mesma forma, não há garantias de que, em liberdade, o autuado não vá fugir à aplicação da lei penal, como bem tentou na ocasião do delito ao se evadir do local.”

Ainda foi relatado que Carlos estava com visto de permanência no país vencido, o que pode ocasionar uma possível fuga dele como fez no dia do acidente em que não prestou socorro às vítimas, o que foi negado pela defesa. Na noite dessa terça-feira (1º), a defesa pediu pela liberdade provisória alegando filho pequeno e que Carlos tem bons antecedentes criminais, nunca se envolvendo em acidente.

Depoimento

Em depoimento logo após ser preso, Carlos Hugo disse que o sinal estava verde para ele, quando passou no cruzamento da rua Guia Lopes com a avenida Salgado Filho. O colombiano ainda relatou que estava com mais três amigos dentro da Mercedes e que sentiu uma batida forte do seu lado, continuando pela rua e parando só após algumas quadras.

Após parar, os três amigos desceram, sendo que dois amigos moram na região do bairro Aero Rancho. Depois de deixar os amigos, Carlos falou que saiu desesperado ao ver o estrago em sua Mercedes, dirigindo sem rumo. O colombiano ainda afirmou que não viu qual veículo havia batido em seu carro e que o sinal estava verde para ele.

Segundo informações passadas por um sargento da Polícia Militar que prendeu Carlos Hugo em Rochedo, ele contou que estava em uma tabacaria com amigos e que havia bebido whisky e cerveja, mas não disse a quantidade. A Mercedes estaria entre 80 e 100 km/h. Em depoimento, Carlos ainda afirmou que não estava bêbado. Ele teria chegado a perguntar para o sargento qual seria a pena no Brasil para crimes de trânsito.

Carlos Hugo foi autuado por homicídio simples na forma tentada, homicídio culposo na direção de veículo automotor e omissão de socorro.

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