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Última dos dez acusados por decapitar jovem, diz que não comandou execução

Crime ocorreu em Sonora, a 364 quilômetros de Campo Grande, em 31 de maio de 2018

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Vitória Valdina durante julgamento na manhã desta quinta-feira (Foto: Henrique Kawaminami)

Sentada no banco dos réus, Vitória Valdina Souza da Silva, de 22 anos, é a última dos dez acusados de participação no assassinato de Lailla Cristiane de Arruda, de 19 anos, ocorrido em 2018, a ser julgada na manhã desta quinta-feira (2) pela 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Em abril do ano passado, os outros acusados foram condenados a um total de 257 anos e 8 meses de reclusão em regime fechado, depois de quase 19 horas de sessão do júri. Vitória não foi julgada no mesmo dia, porque o advogado dela estava doente e não pôde comparecer.

Segundo denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Vitória foi quem atraiu a vítima ao local do crime. Ao ser ouvida nesta manhã, a ré negou participação, afirmou que não comandou nenhuma execução e não faz parte de facção criminosa. Presa há 4 anos e 8 meses, a acusada relatou que na época confessou o crime porque sofreu violência física e psicológica. “Não sabia que iam matar a Lailla, conhecia ela havia três dias”, disse.

Conforme a denúncia do Ministério Público, Lailla foi decapitada após ser julgada pelo "Tribunal do Crime" do PCC (Primeiro Comando da Capital), por pertencer à facção rival, o CV (Comando Vermelho).

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Lailla foi encontrada morta decapitada em canavial (Foto: arquivo / reprodução)

Segundo Vitória, ela estava com Lailla quando o grupo invadiu a casa de seu irmão e passou a discutir com a vítima. "Eu estava no meu irmão, quando invadiram a casa e pularam o muro. Ela [Lailla] era namoradora do Victor Hugo (já condenado pelo crime) e os dois começara a discutir. Na hora não entendi o que estava acontecendo. Aí foi todo mundo para os fundos. Meu irmão mandou eu ir cuidar da minha cunhada, porque ela estava passando mal. Eu não vi o que aconteceu lá fora".

Daí por diante, Vitória afirmou que levaram Lailla para outro lugar e ela não soube o que aconteceu depois. O resultado do julgamento deve ser divulgado no fim da tarde. A sessão é presidida pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida.

Caso -  O crime ocorreu em Sonora, a 364 quilômetros de Campo Grande, em 31 de maio de 2018. Lailla Cristina era garota de programa e estava mantendo contato, conforme a denúncia, com integrantes do Comando Vermelho.

Ela foi sequestrada e decapitada, com os braços amarrados para trás, em um canavial próximo do Rio Confusão. O corpo foi localizado no dia 1º de junho. Na ocasião, além dos 11 presos, também foi apreendido adolescente por suspeita de participação no crime. 

Julgamento - No dia 26 de abril do ano passado, Rodrigo França e Maycon Douglas Almeida Gonçalves da Silva foram condenados a 25 anos de reclusão. Alexandro Silva dos Santos e Odimar dos Santos pegaram 26 anos de reclusão. Uanderson Ferreira Ananias, Gelson da Silva e Matheus do Nascimento Silva foram condenados a 34 anos e 4 meses de reclusão. Victor Hugo Lopes da Cruz recebeu pena de 24 anos de reclusão e João Paulo da Silva a 28 anos e 8 meses de prisão. Os nove réus foram condenados também ao pagamento de dez dias multa cada.

O julgamento foi realizado em Campo Grande em razão do desaforamento da cidade de Sonora e todo o processo correu em segredo de Justiça. 

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