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Além da cúpula nacional, incorporação desagrada bases eleitorais do PTB em MS

O comando regional do PTB não tem nenhuma restrição à proposta de incorporação que está sendo discutida com o DEM. No entanto, a ideia desagrada as bases eleitorais petebistas em Mato Grosso do Sul. 

Por sorte, a eventual incorporação não depende de nenhuma das instâncias – regional e municipais --, porque está sendo discutida em âmbito nacional, entre as cúpulas das duas legendas.

Por aqui, a resistência foi imposta pelo vereador Gladstone Rafael durante encontro do partido na cidade de Itaporã. 

Segundo ele, no momento a incorporação não seria boa para o partido no município. 

“O PTB em Itaporã tem projetos de uma eleição majoritária em 2016, inclusive já estou trabalhando minha candidatura como prefeito de Itaporã, assim como o DEM também aparece com o mesmo projeto”, argumentou o vereador, diante do presidente da executiva regional, Ivan Louzada.

Atento ao discurso do correligionário, Louzada manteve o que tem defendido desde que a proposta começou a ser defendida pelos principais líderes nacionais do PTB e do DEM. 

Há dias, o dirigente chegou a defender a possibilidade de o deputado federal Luis Henrique Mandetta, presidente do DEM em MS, assumir o controle da nova legenda a partir de eventual incorporação.

Além de Mandetta, o DEM é representado pelo deputado estadual Zé Teixeira, vice-presidente regional, na Assembleia Legislativa. 

Louzada foi a Itaporã juntamente com o secretário-geral do partido, ex-deputado estadual Walter Carneiro, anunciar a criação de uma nova comissão municipal provisória, assim como deve fazer na maioria dos municípios de Mato Grosso do Sul, onde o PTB está constituído, como forma de reestruturar a legenda que saiu das urnas fragilizada após a derrota do senador Delcídio do Amaral (PT), da qual foi aliada nas eleições de 2014. 

O projeto petebista de eleger representantes na Assembleia Legislativa também naufragou por conta da campanha malsucedida, liderada pelo PT com apoio de partidos aliados, em sua maioria de pouca densidade eleitoral, ou chamados “nanicos”. 

“Independente da incorporação, temos que pensar no partido, arrumar o PTB no interior, ter uma candidatura majoritária seria ótimo, acredito no trabalho do vereador e em seus projetos, sempre deixei as escolhas no interior, livres para serem resolvidas entre si, quem mora no município sabe de sua necessidade, sempre respeitei as decisões dos vereadores e dos presidentes municipais, no entanto quero deixar claro aqui na reunião que se houver candidato a prefeito, não abrirei mão de apoiá-lo”, garantiu Louzada. 

Na próxima sexta-feira (17), a executiva regional deve protocolar no TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral) a composição da comissão provisória de Itaporã, que continuará sendo dirigida pelo ex-delegado Helder Maia, segundo a cúpula partidária. 

REJEIÇÃO 

Na prática, a possível incorporação do DEM pelo PTB poderia ser responsável pela composição de duas fortes bancadas federais, uma com 12 senadores e outra com 60 deputados federais. 

Desta forma, PTB e Democratas passariam a ser a quarta bancada tanto na Câmara quanto no Senado, medindo forças diretamente com o PSDB. Isso se os petebistas não abortassem a união imediata horas após a cúpula do  DEM aprovar o encaminhamento da fusão. 

Por maioria, a direção do PTB decidiu consultar as bases até setembro e manter os cargos que ocupa no governo, como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O resultado da reunião, ocorrida no último dia 8, representa um constrangimento para o DEM e uma derrota para os presidentes das duas legendas, o senador José Agripino Maia (DEM-RN) e a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), articuladores da fusão. 

Cristiane é filha do ex-presidente do PTB Roberto Jefferson, inimigo declarado do PT, que cumpre pena do mensalão. O DEM havia avalizado, por 21 votos a quatro, a unificação imediata.

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