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Petistas querem CPI contra PSDB e PSB

Em resposta à movimentação da oposição para criar a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras no Congresso, o PT ameaçou ontem (27) incluir nas investigações escândalos envolvendo os governos tucanos em São Paulo e Minas Gerais, além do governo do PSB em Pernambuco.

Seriam analisados o caso do cartel de metrô, que envolve gestões do PSDB em São Paulo, eventuais irregularidades da CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais), que também atingiriam o governo do PSDB, e suspeitas envolvendo o Porto de Suape, controlado pelo PSB.

A ideia é constranger os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE) que defenderam as investigações da Petrobras, como a compra da refinaria de Pasadena (EUA) que envolve a presidente Dilma Rousseff.

O governo diz que a CPI da Petrobras vai virar palanque para a corrida eleitoral pelo Planalto e teme que a CPI abale a imagem de boa gestora da presidente, uma de suas principais vitrines.

O recado do PT foi transmitido quase que simultaneamente no Congresso pelo líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), e pela senadora Gleisi Hoffmann (PR).

O PT disse que inicialmente vai propor um adendo para incluir esses pontos na CPI da Petrobras e se houver rejeição podem partir para uma comissão de inquérito exclusiva para os casos que envolvem PSDB e PSB.

De acordo com técnicos da Câmara, como não há relação entre os fatos, há problemas regimentais para incluir todos os temas na CPI da Petrobras. A solução seria se houve entendimento entre os líderes partidários para a complementação dos fatos a serem investigados.

Na avaliação do PT, como os casos tratam de corrupção seria possível fazer uma investigação conjunta. Gleisi disse que vai consultar aliados da presidente Dilma Rousseff para incluir na CPI da Petrobras as investigações.

Apesar de o tema não ter ligação com a Petrobras, Gleisi disse que pode alegar prejuízo de recursos federais no metrô, em similaridade com o que argumenta a oposição para investigar a Petrobras. Esse seria o fato determinado, segundo Gleisi, para justificar a inclusão do caso Alstom na CPI da Petrobras.

Se é para fazer investigação política, era importante trazer esse tema para a CPI. Eles estão politizando, aproveitando um momento eleitoral. Tem que ter coerência. Se eu sugiro investigação política para algo que já tem investigações técnicas, como é o caso da Petrobras, por que fazer só para um tema e não para o outro?, questionou Gleisi.

Questionado se a medida foi discutida com o governo, o líder petista Vicentinho negou. Eu acabei de ter essa ideia, disse. A fala ocorreu após reuniões no Planalto.

Ele não soube explicar o que poderia ser investigado sobre Suape. Eu ainda não sei. O líder petista demonstrou ressentimento com o PSB do presidenciável e governador Eduardo Campos (Pernambuco) que acabou viabilizando o pedido de criação de CPI da Petrobras protocolado hoje no Senado.

O PSB fechou questão [pela criação da CPI], mas parlamentares não queriam assinar a CPI, disse.

Em relação ao caso Alstom, Vicentinho disse que sobram fatos que justifiquem a criação de uma CPI para apurar as denúncias. O Ministério Público apresentou à Justiça a primeira denúncia criminal do caso do cartel de trens contra 30 executivos de 12 empresas acusados de combinar os resultados de licitações em São Paulo de 1998 a 2008, em sucessivos governos do PSDB.  

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