Publicado em 11/02/2015 às 14:39, Atualizado em 26/10/2016 às 11:21

PMDB começa a perder força com criação de novo partido

Fábio Trad já protocolou ontem sua desfiliação da sigla, depois vem o Marquinhos

Fagner Olindo, Correio do Esatdo

O PMDB sul-mato-grossense começa a perder força com as articulações para criação do Partido Liberal, liderado pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab. O ministro foi responsável também pela fundação do PSD. A proposta é agregar os insatisfeitos de outros partidos. Em Mato Grosso do Sul, o PMDB já começou a sofrer desfalques.

Ontem o ex- deputado federal, Fábio Trad(sem partido), protocolou pedido de desfiliação do PMDB no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MS). Embora afirme que ainda pensará em qual será o próximo passo de sua carreira política, há grande chances dele migrar para o partido ainda em criação, o PL. As negociações já começaram a fluir para o entendimento.

“Desde a campanha (passada), que culminou com minha não reeleição, até hoje, eu refleti e cheguei à conclusão de que eu não consigo mais entender o projeto do PMDB e o PMDB não faz mais questão de me entender também. Portanto não há diálogo e quando numa relação não há diálogo é evidente que é preciso que alguém tome iniciativa”, desabafou.

Este mesmo caminho também deve ser trilhado pelo deputado estadual, MarquinhosTrad (PMDB), que desde o final do ano passado manifesta descontentamento com a atual legenda. “O PMDB na teoria é um e na prática é outro, e aqueles que querem verdadeiramente fazer a política de renovação e transparência tem dificuldades dentro desse PMDB”, criticou.

Em relação à saída de Fábio, Marquinhos associou a perda do correligionário ao verdadeiro comandante da cúpula, o ex-governador André Puccinelli. “Mostra que a direção do líder maior não está em consonância com a vontade popular. Quando é que um avião cai? Quando o piloto perde o rumo. Ele (André) assumiu a liderança do PMDB em alta, e hoje ele entrega praticamente esfacelado. Entrega entre aspas, porque ele ligou para a Assembleia dando ordem para os deputados, falando ‘impede esse’, ‘manda aquele’”, pontuou.

Desta forma, o PL deve abraçar os projetos dos irmãos que, em troca, ajudarão na força-tarefa para angariar nomes em potencial ao partido. O intuito é garantir bom desempenho na eleição do ano que vem. Antes de anunciar desfiliação, Fábio esteve com Puccinelli para “uma conversa franca”.

Sem dar muitos detalhes, o ex-parlamentar garantiu que não guarda mágoas do diálogo. “Foi uma conversa sincera, adulta e que ambos puderam expressar seu sentimento em relação ao que ocorreu e nenhuma mágoa restou. Ele não demonstrou surpresa, mas foi conversa pacifica, expus razões pelas quais não posso mais continuar”, completou.

OUTROS INSATISFEITOS

Do PMDB e também insatisfeito, o vereador Paulo Siufi ensaiou por diversas vezes a saída da legenda. Descontente com o tratamento recebido nas últimas eleições, o peemedebista é outro político que tem o PL, como opção de futuro partido.

Além dele está o prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP) que, desde a cassação de Alcides Bernal (PP), em março do ano passado, viu no PL um novo caminho. Neste mês, inclusive, ele esteve conversando com Kassab sobre a possível filiação. 

Situação parecida com a de Olarte é a do vereador o Chocolate (PP), que ganhou o desprezo da cúpula partidária. “Vou definir isso até setembro. Alguns partidos já me fizeram convites. Não posso dizer quais para não ficar chato”, explicou.