Buscar

Pressionado após acusações de exploração sexual, Alceu Bueno renuncia ao cargo

Pressionado após acusações sobre suposto envolvimento em exploração sexual de menores, o vereador Alceu Bueno (PSL) renunciou ao cargo, cuja carta foi lida na sessão desta terça-feira pelo presidente da Mesa Diretora da Câmara de Campo Grande, Mario Cesar (PMDB). 

Na carta, Bueno afirma ser vítima, pois foi ele quem denunciou o esquema. 

Além do vereador, foram indiciados o ex-vereador Robson Martins, o empresário Luciano Roberto Pageu e o ex-deputado estadual Sérgio Assis.

Bueno alega na carta que pediu a renúncia para ter mais liberdade para defender-se.

Ainda assim, os vereadores querem o inquérito do caso e dizem que tem mais políticos envolvidos e, por isso, a Câmara tem que apurar essa rede de exploração sexual.

Alguns populares foram até a Câmara com cartazes pedindo punição aos pedófilos.  

Há dias, o presidente da Câmara havia antecipado o interesse da Casa em criar uma Comissão Processante para investigar o caso. 

MENTOR 

Preso esta semana pela Polícia Militar de Campo Grande, o mentor do esquema de exploração sexual de adolescentes, comerciante Fabiano Viana Otero, de 33 anos, prometeu dedurar mais 10 pessoas, entre as quais, outros políticos, caso a Justiça o conceda delação premiada. 

Durante interrogatório ao delegado Paulo Sérgio Lauretto, titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente), Fabiano contou que as duas meninas de 15 anos cobravam R$ 600 por encontro com os políticos. 

Ele disse que Bueno e o ex-deputado estadual Sérgio Assis (sem partido) participaram desde o início de orgias sexuais com as garotas. 

“As meninas, desde o início, eram instruídas a gravar os encontros e inclusive posicionavam as câmeras exatamente no mesmo local. Pelas imagens que temos, dá para perceber que o cenário era para fins libidinosos. Alceu teve dois encontros e o Sérgio um com as adolescentes”, comentou o delegado durante entrevista à imprensa.

Fabiano e o empresário Luciano Pageu estavam tentando verificar se o negócio daria certo. A partir daí, eles marcariam encontros e enviariam convites para outros políticos.

“Robson (Martins, ex vereador em MS) já entra no esquema no momento da extorsão. Na verdade, eles articularam entregar as imagens mediante o pagamento de R$ 100. No entanto, não havia imagens, já que elas estavam em poder da polícia. Seria até uma espécie de estelionato fraudulento”, explicou o delegado.

Ainda em seu depoimento, Fabiano falou sobre o envolvimento de uma terceira menina de 15 anos. A partir dela, eles criaram um perfil fake na internet, com fotos sensuais da adolescente. 

Preso no último domingo (26), na casa de sua mãe, no bairro Santa Emília, Fabiano era responsável por levar as meninas até as proximidades de um terminal de ônibus, onde todos se encontravam. Com agências locais. 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.