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PT e PMDB enfrentam crise de lideranças e perdem força em MS

Partidos tentam aparar aresta para sair da crise nas eleições majoritária

Há alguns anos era difícil imaginar uma eleição para a Prefeitura de Campo Grade e para o governo de Mato Grosso do Sul sem o favoritismo do PMDB, liderado por André Puccinelli (PMDB), e do PT, de José Orcílio Miranda, o Zeca do PT. Hoje, os dois partidos continuam com as mesmas lideranças, mas agora protagonizando divergências que acabam por afundar suas legendas.

Com o fim do poder, os rivais André Puccinelli e Zeca foram perdendo força e acabaram vendo seus pupilos crescerem, criando dificuldades semelhantes. A dupla continua liderando seus partidos, mas hoje dividem o mesmo problema: briga partidária que acaba sangrando as siglas a cada eleição.

Zeca do PT tem como aliado e ao mesmo tempo rival o senador Delcídio do Amaral (PT). A briga entre os dois começou em 2010, quando Zeca acusou Delcídio de não apoiá-lo na briga pelo governo do Estado. De lá para cá, foram várias as tentativas de paz, que acabaram dando ao partido algumas derrotas, incluindo a recente, na briga pelo governo do Estado, quando Delcídio foi derrotado, embora despontasse como favorito.

O governador André Puccinelli também acabou levando o PMDB a derrotas com racha dentro do partido. Ele peitou lideranças e apostou na candidatura do braço direito dele, Edson Giroto (PMDB). A candidatura não ganhou apoio de grande parte dos filiados, o que acabou fazendo o PMDB perder uma hegemonia de 20 anos em Campo Grande.  A derrota deixou traumas e troca de acusações de que Nelsinho Trad (PMDB) não teria  apoiado Giroto. A confusão teve desdobramentos, com a derrota de Nelsinho na última eleição. Desta vez Nelsinho saiu reclamando da falta de apoio do partido.

Continua

Nesta semana o PMDB teve uma reunião para pensar em 2016, com a presença de Nelsinho e Puccinelli. O encontro foi marcado por uma frieza, evidenciada pela recusa de Nelsinho de integrar a mesa diretora do PMDB. O ex-prefeito ainda demonstrou descontentamento e nem se pronunciou durante a reunião. “Ele entrou mudo e saiu calado. Só abriu a boca para dizer que não faria parte da mesa”, disse uma liderança da alta cúpula peemedebista.

No PT o clima não é muito diferente. O partido também se reuniu no sábado (28) para falar em 2016. Desta vez, diferentemente da última eleição, ficou decidido que caberá ao presidente estadual, Paulo Duarte (PT), a condução das candidaturas a prefeito. A última tinha sido conduzida por Delcídio, que acabou desagradando o partido. Zeca afirmou que Delcídio causou a própria cova ao apoiar outros partidos na disputa pelas prefeituras em 2012 e que acabou sendo traído agora em 2014, quando a prefeita de Três Lagoas, Márcia Moura (PMDB), e o prefeito de Nova Andradina, Roberto Hashioka (PMDB), por exemplo, não lhe apoiaram.

O clima entre Zeca e Delcídio parece mais tranquilo, com direito a tapinha no rosto na despedida. Porém, estes dias de paz parecem ter dia e hora para acabar. As duas lideranças não se entendem na distribuição de cargos federais, o que pode acabar em confusão já nos próximos dias. Zeca defende a maior parte dos cargos para o PT e Delcídio fala em divisão. 

Essa distribuição dos cargos é só o começo de uma disputa que pode terminar em nova briga em 2018, na eleição para o governo do Estado. Na próxima eleição a briga pode ser para quem disputa o Senado e não o governo do Estado. Com duas vagas disponíveis, há mais chances de vencer no Senado do que no governo. Zeca já demonstrou intenção de disputar o Senado e Delcídio não terá mandato se perder a disputa pelo governo do Estado, o que deve fazê-lo pensar melhor antes de lançar uma candidatura.

 PT e PMDB também estão em situação parecida na briga pela Prefeitura de Campo Grande. As principais lideranças não querem disputar o cargo e sobrará para deputados estaduais e outras lideranças que nunca foram testadas a missão de enfrentar o PSDB, que agora tem o governo do Estado e vive clima de paz entre os filiados. 

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