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Vereadores orientam Alceu Bueno a renunciar ao mandato

Colegas avaliam que desgaste seria menor

O presidente da Câmara de Campo Grande, Mario Cesar (PMDB), ainda não recebeu o pedido de renúncia de Alceu Bueno (PSL). Mas, colegas dele na Câmara entendem que este seria o melhor caminho para o vereador, diante do escândalo que ele se envolveu com a denúncia de exploração sexual de adolescentes.

O vereador Airton Saraiva (DEM), por exemplo, entende que a renúncia evitaria um desgaste ainda maior. “Cada um tem uma forma de pensar. Em uma situação desta, o desgaste seria menor, para que possa se defender na Justiça, sem correr o risco de ficar inelegível”, avaliou.

O vereador entende que a renúncia seria o caminho mais curto e menos doloroso para o parlamentar, que vai enfrentar comissão processante na Câmara. “É desgastante para todo mundo. Todo mundo passa a ficar do mesmo tamanho. Isso atinge a Casa e todos os membros. É o caminho mais plausível”, opinou.

O vereador Chiquinho Telles (PSD) também acredita que a renúncia ajudaria o vereador a responder com mais tranquilidade, além de evitar que o caso respingue ainda mais na Câmara.

“Fora do parlamento a gente tem que responder pelo que faz. Cada um com o seu problema. Não tenho dúvida que se não renunciar vai ser cassado. Se tiver 30 vereadores, é trinta a zero. Tem que pedir para sair. Se eu fosse ele já tinha pedido para sair faz hora”, recomendou.

A vereadora Carla Stephanini (PMDB) ponderou que a decisão do vereador é pessoal e caberá a Câmara a apuração e punição se comprovada a quebra do decoro. “A renúncia tira a possibilidade da punição na Câmara, mas esta avaliação deixo para ele. O que nos interessa é o rigor da apuração, diante da gravidade, e ver ao final a punição exemplar aos responsáveis pelo ato, seja instituído de mandato ou não”, declarou.

A Câmara solicitou cópias do inquérito assinado por Paulo Sérgio Lauretto para abrir a comissão processante nesta terça-feira (28). Alceu só escaparia da comissão se tivesse voto de 10 dos 29 vereadores. Se 20 vereadores aprovarem a comissão a presidência fará um sorteio para definir os três membros que conduzirão os trabalhos. A comissão terá 90 dias para ouvir os envolvidos e apresentar relatório final, recomendando cassação ou absolvição do parlamentar.

Alceu foi indiciado por favorecimento à exploração sexual. O caso veio à tona depois que ele denunciou suposta extorsão por parte de Luciano Pageu e do ex-vereador Robson Martins. A dupla foi detida com R$ 15 mil que, segundo vereador, seriam usados para extorqui-lo. Depois, após investigação, a polícia acabou descobrindo um grupo que atuava na exploração de adolescentes. Além de Alceu, o ex-deputado Sérgio Assis também foi denunciado por favorecimento à prostituição.

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