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Dia Internacional da Tireoide: “Foi uma surpresa descobrir a doença, mas levo uma vida normal”, diz jovem com hipotireoidismo

Especialista conta que doenças da tireoide não tem como ser evitadas, mas podem ser diagnosticadas precocemente e controladas

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Divulgação

O diagnóstico e os nomes das doenças podem até assustar, mas é importante saber que dá para serem controladas, podendo levar uma vida normal, por isso a necessidade de ir periodicamente ao médico. As doenças na tireoide são muito frequentes, tanto que na próxima terça-feira (25) é celebrado o Dia Internacional da Tireoide.

Segundo o Ministério da Saúde, a data foi criada com o objetivo de promover a conscientização, o entendimento dos problemas da tireoide e dos desafios enfrentados pelas pessoas, em nível internacional.

Estudante de medicina, Renata Felício conta que descobriu um hipotireoidismo recentemente, no meio do ano passado (2020), durante exames de rotina. “Descobri durante o acompanhamento com o nutricionista, vi a alteração e logo em seguida busquei um endocrinologista”.

A jovem relata que por ser estudante de medicina, já ter estudado sobre essa doença e saber que o prognóstico é bom, quando recebeu a notícia “foi tranquilo, porque sabia que era só tomar o remédio que estava tudo bem. Já para minha mãe, que não entendia a doença, foi um pouco assustador”.

“Mas tem um outro lado também, apesar de ter sido tranquilo lidar com a notícia, foi uma surpresa. Eu me achava saudável e nunca tinha associado os sintomas da queda de cabelo e cansaço, que me incomodam, à um problema na tireoide”, completa.

Para o tratamento, Renata explica que ela precisa tomar “o hormônio em forma de comprimido para o resto da vida, já que a tireoide não consegue mais produzir de forma eficiente o que meu corpo precisa. E para mim essa é a parte mais desafiadora, porque preciso ter consciência de que preciso disso para o resto da vida. É uma readaptação de vida, necessária”, conclui a acadêmica.

Renata ainda ressalta que o diagnóstico precoce foi muito importante para ela, pois fez com que os sintomas não evoluíssem. “Se eu tivesse descoberto depois, não fizesse acompanhamento e exames de rotina, eu estaria pior".

Médica endocrinologista da Unimed Campo Grande, Dra. Ana Carolina Wanderley Xavier enfatiza que “no caso das doenças tireoidianas, a maioria pode ser relacionada à autoimunidade ou às neoplasias. Não tem como ser evitadas, mas podem ser diagnosticadas precocemente e controladas, mantendo em equilíbrio a disfunção”.

A médica ainda explica o que é a tireoide, quais são as doenças, problemas causados pela alteração na tireoide e sintomas. Confira:

O que é a tireoide e qual sua função?

A tireoide é uma glândula que fica na região anterior do pescoço e produz hormônios tireoidianos, o T3 e o T4, que interferem em todo o funcionamento do organismo.

As doenças da glândula são muito frequentes? Quais são e por que ocorrem?

Sim, as doenças da tireoide são muito frequentes, dentre elas: hipotireoidismo, hipertireoidismo, tireoidites agudas e subagudas, nódulos de tireoide e câncer.

Cada uma das doenças tem causa específica, podendo ser autoimune, por uma causa infecciosa, neoplásica ou até genética.

Quais problemas podem ser causados com as alterações da tireoide?

As alterações da tireoide podem causar problemas a curto prazo, como os sintomas relacionados ao seu mau funcionamento, e a longo prazo, como doenças cardíacas, osteoporose, problemas psiquiátricos, hepáticos, hematológicos, renais, dentre outros.

Quais sintomas podem indicar uma disfunção da glândula?

Os sintomas dependerão do que a doença altera. Nos casos em que há alteração no funcionamento da glândula, pode-se encontrar hipotireoidismo ou hipertireoidismo.

No primeiro, o paciente pode sentir mais cansaço, sono, desânimo, tristeza, pele seca, queda de cabelo, dores no corpo. Já no hipertireoidismo, como o organismo todo está funcionando a mais, encontramos irritabilidade, emagrecimento, aumento do número das evacuações, insônia, palpitação, tremores, dentre outros.

Nas tireoidites infecciosas, além dos sintomas de tireotoxicose (excesso de hormônios na circulação), também pode haver sintomas inflamatórios, como dor na região anterior do pescoço, dor de garganta e ouvidos e febre.

Na presença de nódulos de tireoide a maioria é assintomática, porém, a presença de nódulos pode apresentar no paciente uma rouquidão, dificuldade para engolir e até mesmo o surgimento de um caroço no pescoço.

Em várias situações ocorre também o bócio, que é o aumento da glândula. Pode estar presente no hipotireoidismo, hipertireoidismo ou nódulos.  

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