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Alzheimer, lúpus, fibromialgia: o que essas doenças têm em comum?

Doenças não têm cura, mas com tratamentos adequados, pacientes podem levar uma vida de qualidade

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Divulgação

Algumas doenças são facilmente diagnosticadas, por apresentarem sintomas e peculiaridades bem definidas. No entanto, existem outras que necessitam de um pouco mais de tempo e observação de especialistas para serem identificadas. Essa é apenas uma característica comum de três doenças bastante faladas neste mês, em razão da campanha Fevereiro Roxo: lúpus, fibromialgia e Alzheimer. Além disso, elas não têm cura definitiva.

Segundo especialistas, diagnosticar essas doenças é fundamental para garantir mais qualidade de vida aos pacientes, já que elas não possuem cura. “Existem casos clássicos das doenças com sintomas e sinais evidentes, outros, muitas vezes, vão precisar de um pouco mais de tempo de observação e, principalmente, ser avaliado por um profissional capacitado para chegar ao diagnóstico”, pontua a reumatologista da Unimed Campo Grande, Dra. Fernanda Takahashi.

Lúpus

Febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo. Esses são alguns sintomas que geralmente se manifestam em pessoas com lúpus eritematoso sistêmico (LES), uma doença autoimune crônica, que pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça e sexo, porém, as mulheres são muito mais acometidas, além de mestiças e afrodescendentes.

“Também existem sintomas mais específicos que observamos no paciente para se chegar ao diagnóstico, como úlceras orais ou nasais indolores, perda de cabelo irregular ou frontal/periférica, fenômeno de Raynaud, dor ou inchaço nas articulações, que pode ser migratório ou simétrico, fadiga e sintomas serosite/pericardite”, destaca Dr. Marcelo Cruz Rezende, também reumatologista da cooperativa médica.

São dois tipos principais: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele, geralmente avermelhadas ou eritematosas, principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar, como rosto, orelhas, colo e braços, e o sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos.

A reumatologista Dra. Tulia Peixoto Alves de Figueiredo destaca alguns cuidados importantes para quem é portador de lúpus:

Proteção solar: proteger-se contra a luz do sol e a claridade em geral, com protetor solar adequado para o seu tipo de pele, além de roupas especiais com fator de proteção, chapéu e sombrinha é essencial, pois a luz solar pode causar a ativação da doença, e com isso pode ocorrer o comprometimento de outros órgãos, como os rins.

Atividade física: exercitar-se regularmente ajuda a manter o controle da pressão e da glicose no sangue, melhora a qualidade dos ossos, evitando a osteoporose, e fortalece o sistema imunológico.

Tabagismo e anticoncepcionais com estrogênio: o uso desses dois itens pode provocar a piora dos sintomas. Fique longe!

Autocuidado: mantenha uma alimentação saudável, repouso adequado, higiene para evitar infecções e não forçar alterações no sistema imunológico é fundamental.

Autoconhecimento: evite situações de estresse emocional que podem reativar a doença e fique sempre atento aos sinais do seu corpo.

Manter consultas e exames regulares: além de consultas e exames de rotina, agendados previamente, quando a doença está em atividade, podem ser necessários retornos mais frequentes com um médico reumatologista.

Alzheimer

Falta de coerência na fala, perda da memória recente (se já almoçou, se escovou os dentes ou o que precisa fazer, por exemplo), além de características depressivas, de agitação e de agressividade, ou até mesmo delírios e alucinações, são os sintomas mais característicos da doença.

Com o tempo e o agravamento da doença, a pessoa começa a esquecer também fatos mais antigos, nomes das pessoas ou lugares, apresenta irritabilidade, dificuldade de se orientar no tempo e espaço e passa a ficar mais dependente de cuidadores e familiares.

Os efeitos do Alzheimer podem ser retardados e prevenidos através de uma vida saudável e sem estresse. Já quando em estágio avançado, o paciente pode receber cuidados paliativos e precisará de alguém que o acompanhe.

Apesar de não ter cura, com o diagnóstico precoce, é possível iniciar um tratamento que estabiliza a doença e diminui a velocidade da perda neuronal. Assim, garante-se mais tempo de qualidade de vida para paciente e familiares.

Fibromialgia

É uma síndrome dolorosa, com duração prolongada, acima de três meses, na qual a pessoa acometida tem uma amplificação dessas dores. A fibromialgia é mais comum em mulheres, geralmente entre 20 e 30 anos, mas também pode acometer homens, crianças e idosos.

“Em algumas situações a pessoa se queixa de dores no corpo todo ou diz que não tem parte do corpo que não doa, além de, muitas vezes, não conseguir definir muito bem onde está doendo. O paciente também pode sentir dor generalizada, fadiga, alteração de humor (50% dos pacientes com fibromialgia tem depressão), ansiedade, alteração de sono (insônia e mudança na qualidade do sono), dores de cabeça, síndrome das pernas inquietas, inclusive durante o sono e síndrome do intestino irritado”, explica Dra. Tulia Peixoto Alves de Figueiredo, reumatologista da cooperativa.

Além de tratamento medicamentoso, pessoas com fibromialgia precisam praticar atividade física regularmente. Mas afinal, que exercícios são indicados neste caso? “O paciente precisa ter consciência que as atividades físicas devem ser feitas para o resto da vida e caso apresente quadro depressivo, também é importante fazer um tratamento adequado. Em relação aos exercícios, os indicados são os aeróbicos (natação, corrida, caminhada e hidroginástica), de fortalecimento (alongamento, pilates e musculação), além de funcionais”, lista a especialista.

Como já dito, as três doenças não têm cura, mas especialistas afirmam que seguindo tratamentos adequados, prescritos por um médico de confiança e mantendo hábitos saudáveis, com alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, sempre supervisionada por profissional habilitado, assim como evita o consumo de álcool e tabaco, é possível controlar as doenças e garantir uma boa qualidade de vida aos pacientes e, consequentemente aos seus familiares também.  

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