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Clima da disputa para governo deve ficar mais pesado ainda entre PT e PSDB

Disputa entre Delcídio e Reinaldo coincide com duelo entre petista e tucano ao Palácio do Planalto

Confirmando o resultado das pesquisas de intenções de voto, o senador Delcídio do Amaral (PT) e o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) voltam a disputar o governo de Mato Grosso do Sul, desta vez no segundo turno das eleições marcado para o dia 26 de outubro. 

Delcídio, que liderou as pesquisas de começo ao fim da campanha, obteve 567.331 votos (42,92%), enquanto Reinaldo recebeu 516.744 votos (39,09%). Nelsinho Trad (PMDB) ficou em terceiro com 217.093 votos (16,42%). 

Os demais candidatos obtiveram a seguinte votação: Evander Vendramini (PP) 10.823 votos (0,82%), Sidney Melo (PSOL), 7.823 votos (0,59%) e e Professor Monje (PSTU), 2.035 votos (0,15%). 

Ao votar perto das 11h na Igreja Assembleia de Deus, em Corumbá, Delcídio previu vitória no primeiro turno, discordando assim dos resultados apresentados pelos institutos de pesquisa que apontaram confronto direto entre ele e Reinaldo Azambuja no segundo turno. 

Ele disse ter números de pesquisas para consumo interno que mostram outra realidade dos outros levantamentos divulgados recentemente que apontavam confronto direto com o tucano no segundo turno. 

“As pesquisas não consideram os assentamentos, as aldeias, onde estamos muito bem”, disse o senador, que também reclamou dos ataques dos adversários ao longo da campanha.  “A campanha foi uma baixaria generalizada, acho que os candidatos não entenderam o recado das ruas”, protestou o petista ao lembrar o movimento popular ocorrido em junho do ano passado, quando a população foi as praças públicas exigir mudanças. 

Durante a entrevista, Delcídio previu eleger quatro deputados federais e 12 estaduais em sua coligação. Ele também elogiou a campanha de Ricardo Ricardo Ayache (PT) para o Senado. “A campanha dele foi implacável”. 

Ao votar por volta das 10h, na escola Lúcia Martins Coelho, no Jardim dos Estados, em Campo Grande, Reinaldo Azambuja exaltou o êxito do planejamento de sua campanha diante dos números que apontavam que ele estaria no segundo turno. 

“A campanha foi dentro do planejado, a coligação foi forte, com muita sustentação, e desde o início mostrou que tinha tendência de crescimento”, colocou o tucano em entrevista à imprensa logo após votar. 

Reinaldo reafirmou estar confiante de que enfrentaria o candidato do PT no segundo. Convicto do seu bom desempenho nas urnas, o deputado disse que iria esperar o resultado da votação para começar a costurar uma aliança consistente visando vencer as eleições. 

Eu fiz 60 municípios, não consegui fazer os 79, mas no segundo turno, nós vamos ter a oportunidade passar em todos, afirmou.

Ele compareceu ao local de votação acompanhado da esposa, Fátima, do neto Leonardo, de 7 anos, da candidata a vice-prefeita, a vereadora de Campo Grande, Rose Modesto (PSDB) e do candidato ao Senado em sua chapa, Antônio João Hugo Rodrigues (PSD). 

No local, onde havia pouca movimentação,  cumprimentou eleitores.  Na entrevista, ele voltou a se queixar dos ataques pessoais feitos pelos seus adversários

“Sofremos muitos ataques, tanto no programa eleitoral, quanto na internet, tanto que tivemos muitos direitos de resposta pela Justiça Eleitoral”, afirmou. “Tive que mostrar inclusive certidão negativa, no programa eleitoral, para provar que sou ficha-limpa”, declarou.

Por sua vez, Nelsinho Trad também demonstrava-se confiante em ir para o segundo turno e destacou que sua campanha foi baseada em propostas reais.

Ele votou por volta das 9h20, na escola Severino Ramos de Queiroz, acompanhado da esposa, do governador André Puccinelli (PMDB), do deputado Carlos Marun (PMDB), do senador Waldemir Moka (PMDB) e da candidata ao Senado, Simone Tebet (PMDB). .

“A nossa expectativa é positiva, com certeza vamos para o segundo turno”. Ao final da votação, Nelsinho abraçou o governador e destacou que é tradição há anos eles votarem juntos.

VOTAÇÃO 

A votação ocorreu em clima de tranquilidade no período da manhã e da tarde, tanto na Capital quanto no interior, embora o TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral) constatou que 12 urnas eletrônicas tiveram de ser substituídas por apresentarem problemas técnicos.  

Comumente registradas durante as campanhas eleitorais, ocorreram 43 ocorrências e 11 prisões no dia da votação, conforme o TRE/MS. 

“Nunca vi uma eleição tão tranquila”, disse o desembargador João Maria Lós, vice-presidente do TER-MS, durante entrevista à imprensa. 

Somente em Campo Grande, até o início desta tarde houve nove prisões em quatro casos de boca de urna e suposta compra de votos. Os suspeitos foram levados à Polícia Federal, ouvidos e liberados após assinarem termo circunstanciado.

Ainda de acordo com o órgão, outras ocorrências foram registras em Miranda, 20 por boca de urna e divulgação de propaganda, e Fátima do Sul, com quatro registros.

Das nove ocorrências na Capital, registradas na 8ª Zona Eleitoral, na área leste, quatro tiveram prisões, por corrupção eleitoral e boca de urna, sem o envolvimento de candidatos.

Também foram registradas prisões em Nioaque e Bandeirantes.

Segundo os registros policiais, nas cidades de Aral Moreira, Sidrolândia, Nova Alvorada do Sul, Gloria de Dourados e Ivinhema também foram registrados crimes eleitorais.

A candidata a deputada federal pelo PSC, Lucimar Rosa,  foi presa em flagrante pela manhã na região central de Campo Grande, por crime eleitoral. De acordo com a Polícia Federal, a candidata foi ouvida e liberada.

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