Publicado em 28/03/2017 às 15:52, Atualizado em 28/03/2017 às 19:55

Crítica: “Ingobernable” é um dramalhão mexicano viciante

Com um misto de drama familiar e político, a série entrega um dos produtos mais honestos das recentes produções da Netflix

Metropoles,

Ingobernable, nova série da Netflix, é um dos produtos mais honestos entregues pelo serviço de streaming. Traz aquilo que promete: um dramalhão mexicano que prende logo no primeiro episódio. Ainda conta com um quê de thriller envolvente e debates interessantes sobre a geopolítica.

O seriado, que conta com 15 episódios, mostra a vida de Emilia Urquiza. Primeira-dama, ela vê o casamento com o presidente Diego Navas chegar ao fim. No entanto, antes dos papéis do divórcio serem assinados, o líder mexicano é assassinado e, a viúva, torna-se a principal suspeita.

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Divulgação

Emilia, interpretada por Kate del Castillo, dá início a uma corrida para provar a própria inocência. Ela se refugia no bairro de Tepito, uma zona periférica e violenta da Cidade do México. O local ainda cura as feridas de uma invasão do Exército que matou e prendeu (clandestinamente) diversas pessoas, durante a gestão de Nava e Emilia.

“Ingobernable” é uma drama familiar, romântico, com várias viradas de roteiro, muitas sequências de choro e bastante violência. Uma novela mexicana adaptada aos tempos do streaming, capaz de te fazer ficar grudado no sofá por horas a fio.

Temas contemporâneos

A série aborda diversas questões essenciais ao mundo moderno. O empoderamento feminino, exposto claramente no grupo “Las Cabronas de Tepito”, aparece naturalmente. Mulheres comandam com dureza um bairro violento e, para isso, não precisam ser masculinizadas.

A homossexualidade também marca presença. Duas personagens lésbicas não enfrentam debates. Gostam uma da outra sem que isso seja a característica determinante delas, assim como qualquer casal hétero em produções televisivas.