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Não se engane, quando o assunto é cirurgia bariátrica, quem escolhe o melhor método não é você

A escolha do método deve ser um consenso entre o cirurgião e o paciente, após uma análise criteriosa.

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Divulgação

A busca pelas cirurgias bariátricas tem aumentado consideravelmente em todo o País e embora seja esse o último recurso utilizado pelos médicos, emagrecer vai além de uma necessidade estética, é caso de saúde pública. No entanto, antes de procurar um cirurgião, é comum que os pacientes façam pesquisas em artigos ou mesmo reportagens e páginas da internet em busca do melhor método. Pensando nisso, o especialista em cirurgia bariátrica, Wilson Cantero, alerta: A escolha do método deve ser um consenso entre o cirurgião e o paciente, após uma análise criteriosa.

De acordo com o médico, o Conselho Federal de Medicina no Brasil aprova três tipos de cirurgias: Bypass, Sleeve e Duodenal Switch. Esta última em desuso.

“Pode parecer complicado, mas cada uma das técnicas de cirurgia bariátrica promove uma extensa lista de benefícios. No entanto, a escolha da técnica mais indicada, vai depender de uma avaliação meticulosa do seu cirurgião por isso, a indicação deve ser individualizada, levando-se em consideração questões anatômicas, comorbidades, perfil alimentar, a presença ou não de cirurgias prévias no abdômen, a quantidade de peso a ser perdida e doenças associadas como diabetes tipo 2 e a doença do refluxo”.

Lutando contra a obesidade desde criança, a empresária Fabiana Félix Rocha, chegou ao consultório médico sabendo que não poderia escolher, mesmo tendo se baseado na experiência de uma amiga. “Foi o médico que fez perguntas sobre a minha rotina e indicou o melhor método”, enfatizou.

A Sleeve gastrectomia ou gastrectomia vertical foi a técnica escolhida. Fabiana conta que o organismo absorve tudo o que consome, sem a necessidade de um desvio intestinal, com ocorre com o método de bypass.

Em linhas gerais, com essa técnica, o cirurgião atua como se construísse um novo estômago no paciente, em formato semelhante a um tubo fino. Isso só é possível graças a remoção de 80% a 90% do estômago original, o que garante uma restrição na ingestão alimentar e a quantidade de alimentos armazenados no estômago. Ainda proporciona o controle hormonal da fome pela redução na produção de Grelina.

Fabiana foi operada há seis anos. A vontade de perder peso sempre existiu e ela tentou de várias formas antes de procurar o cirurgião, sendo que a gota d’água foi o nascimento do seu filho: “Eu pensava em tanta coisa, mas ter um filho fez com que eu refletisse além da questão estética”, afirmou. Fabiana diz que pensava que não conseguiria correr atrás dele se estivesse muito pesada e pela questão do bullying que sofreu na escola e que eu não queria que ele sofresse, sendo apontado como o filho da mãe “gorda”. “Passava de tudo pela minha cabeça”, afirmou.

De 118 quilos, Fabiana saltou para os 73 quilos. Ela conta que chegou a ter um reganho de peso depois de um tempo, mas logo que percebeu que poderia voltar a ter o mesmo corpo de antes, tomou por si só a decisão de se cuidar e literalmente correu para as atividades físicas.

“Essa é a grande mudança de vida que eu sempre relato e indico quando me perguntam: a questão psicológica. A cirurgia dá apoio inicial para aprender a se reeducar e ter outra relação com a comida e com a bebida alcoólica. A cirurgia te propõe renascer para a alimentação, igual a um bebê mesmo, pois o pós cirúrgico tem a alimentação líquida, depois a pastosa até voltar a comer os sólidos. E a forma como você vai lidar com a comida é muito importante para que não volte a ter a mesma compulsão de antes”, relatou.

Para manter o peso ideal, hoje Fabiana pratica atividade multifuncional e musculação cinco vezes por semana. “Isso ajudou muito também com a questão da sobra de pele porque ainda não fiz as cirurgias reparadoras, mas quero fazer”, finalizou.

De acordo com o especialista, “é importante saber quanto peso você pode perder após a cirurgia bariátrica, contudo é muito mais importante entender que a perda de peso a longo prazo depende muito mais do seu estilo de vida do que do procedimento escolhido, ou seja, exercícios e hábitos alimentares são imprescindíveis para obter o melhor resultado”, concluiu.

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